Introdução01 -
Jesus Cristo e os Conselhos EvangélicosOs conselhos evangélicos têm sua origem divina, mais exatamente, cristológica, pois estão fundamentados nas palavras e exemplos do Senhor; isto quer dizer, que se fundam em sua vida, em toda sua vida.
A vida e a doutrina de Jesus estão na base de toda forma de vida cristã, e de maneira especial, na base da vida consagrada. Quando se fala na vida de Jesus, não se refere aos seus aspectos, mas às suas dimensões. (REDEMPTIONIS DONUM)
Jesus é o Homem inteiramente livre e inteiramente para os outros. Ele viveu inteiramente para o Pai e para os irmãos.Sua vida consiste em desviver-se.Não se pertence a si mesmo. É, existe e vive para Deus e para os homens. E a virgindade – pobreza - obediência, foram a expressão objetiva desta plena e definitiva autodoação.
(Concílio Vaticano II)
Por isso a vida de Jesus não foi simples existência, mas uma pro existência.Seu existir foi pro existir, existir em favor dos outros, dando tudo e a si mesmo. Então os conselhos evangélicos não podem ser entendidos como aspectos, mas como dimensões constitutivas da vida de Jesus. (Ibid)
“Para nós, também os conselhos evangélicos não são aspectos, mas dimensões constitutivas de nossa vida.Porque o consagrado " imita mais estreitamente e re-apresenta perenemente na igreja o gênero de vida que o Filho de Deus assumiu quando veio a este mundo para cumprir a vontade do Pai, e que propôs aos discípulos que o seguiam". (Ibid)
“A virgindade, a pobreza e a obediência, constituem as três dimensões mais profundas do viver humano de Cristo. Não foram alguma coisa de secundário ou marginal em sua existência, mas algo constitutivo de seu modo histórico de ser e de viver para os outros”. (Ibid)
“Amor total demonstrado - isso significa que os conselhos eram para Jesus um meio, uma forma dele demonstrar o seu amor, provar o seu amor total a Deus e aos homens. Uma prova autêntica profunda de amor. Como provar o meu amor a ti, como tu irás reconhecer que o meu amor é sincero e é tão sincero que vou ser pobre – obediente -casto. E não como meios para conseguir o amor perfeito, mas como expressão desse amor perfeito. Não para tornar possível o amor, mais para tornar visível o amor. Para demonstrar o máximo amor ao Pai e aos irmãos”. (Ibid)
“Portanto, para compreendermos verdadeiramente os conselhos evangélicos é necessário voltar decididamente à pessoa de Jesus virgem-pobre-obediente com sua vida e sua doutrina, com o chamado ao seu seguimento e com seu mistério de Kénosis; em relação com a Igreja, com sua vida, com sua santidade, com sua dimensão carismática e escatológica e com sua missão evangelizadora; em relação com o Reino de Deus, com sua valiosidade absoluta, com suas exigências supremas e com seu estabelecimento neste mundo, como inauguração da vida celeste
(Jesus foi casto-obediente e pobre para isto)”.
Continua.....