"A oração faz nos ter um coração puro. E um coração puro é capaz de ver a Deus. Se descobrirmos Deus, seremos capazes de amar, de amar não com palavras, mas com obras".
Madre Tereza de Calcuta
Somos um movimento que consagra-se ao Amor Infinito, revelado a Serva de Deus Luísa Margarida Claret de La Touche. Estamos presentes nos grupos,movimentos e comunidades. No Brasil, Italia, Colômbia, Irlanda, Alemanha,França, Estados Unidos, Inglaterra, Iugoslávia, Portugal, Africa e Argentina. A Obra Abrange três pontos: 1 - Adoração que é consagração e entrega total de si mesmo. 2 - Realizar a obra da Salvação das Almas por meio dos Sacerdotes. 3 - Maria é Mãe da Obra:é Mãe da Igreja.
O presbítero vive da Palavra que sai da boca de Deus (cf. Mt
4,4; Dt 8,3), se faz servo desta Palavra (cf. At 6,4) e se torna seu anunciador no meio da comunidade do Senhor; tudo isso, porém, só é possível e fecundo se o presbítero é um homem de oração. Ninguém nega que a oração seja importante e essencial na vida do presbítero, no entanto na prática se deve constatar – e são os próprios presbíteros que o confessam pessoalmente – que muitas vezes a oração não é prioridade na vida presbiteral e que nem sempre ela é feita na sua forma autenticamente cristã.O presbítero, já observamos, estando absorvido por múltiplas atividades e serviços, corre o risco de não reservar à oração o tempo devido, de não vivê-la como fonte do seu sentir e do seu agir. Pelo contrário, às vezes é tentado a utilizá-la de forma funcional, de transformá-la em algo que serve imediatamente ao seu agir: medita em vista da homilia ou de uma conferência, pesquisa na Escritura e nos Padres para aumentar a própria bagagem intelectual que deve ser comunicada no próximo encontro, ora pensando nos projetos pastorais, sem porém colocar estes projetos diante de Deus para fazer um discernimento em obediência a ele...
É verdade que os presbíteros hoje oram pouco, mas tendo tido com freqüência a oportunidade de escutá-los penso que sobretudo eles oram mal, sem reconhecer ou viver o estatuto da oração cristã. E o estatuto da oração cristã requer que antes de falar com Deus, antes de "pensar" Deus ou de desenvolver pensamentos sobre Deus e os seus mistérios, a pessoa que deseja orar deve se esforçar em escutar Deus! É a escuta a forma essencial e fundamental da oração cristã, e isto vale sobretudo para o presbítero, porque o que ele pode anunciar e testemunhar depende daquilo que escuta. Quem é chamado a presidir a comunidade do Senhor deve antes de tudo pedir a Deus um "coração que escuta", um lev shomea‛ – (1Rs 3,9), e como "sentinela" do povo de Deus deve estar sempre à escuta da Palavra proveniente da boca do Senhor, para comunicá-la à sua comunidade (cf. Ez 3,16-21). O exercício da escuta de Deus, é claro, na sua Palavra santa, mas não somente, também na profundeza do coração do homem, onde o Pai habita, Cristo fala e o Espírito ora.
Por isso, o ato de escutar é o primeiro exercício da oração cristã; se, ao contrário, a oração é feita apenas falando com Deus, termina-se por viver a oração com um sentimento de frustração e se chega a acusar o próprio Deus de fazer silêncio conosco, quando ao contrário dever-se-ia admitir que somos nós os surdos, somos nós quem não escutamos! Porque muitos, quando confessam estar em crise e de ter graves dificuldades na oração, se precipitam dizendo: "Porque Deus faz silêncio comigo? Porque não me diz nada?", e não se perguntam ao contrário se não seriam eles a estar surdos? Se o presbítero é um homem assíduo na escuta de Deus, se é verdadeiramente o servo do Senhor que escuta como discípulo iniciado (cf. 10
Is
50,4), então também será capaz de escutar o irmão, de escutar o "mundo". Muitas vezes as pessoas reclamam do fato que os presbíteros não têm mais tempo de escutar; pois bem, por traz desta lamúria nem sempre justa e pertinente se esconde porém também um apelo, uma necessidade que não pode deixar de nos interrogar. Sim, no fundo, quem tem um coração que escuta a Deus, também possui um coração para a escuta dos homens!Além disso, a escuta é essencial para a realização do discernimento, o ato que na oração deveria unir a vontade de Deus – manifestada no coração pelo Espírito Santo – com o nosso pensamento. O termo que em hebraico define a oração, tefillah – , significa literalmente "juízo": a oração é a possibilidade de julgar com Deus, de realizar um discernimento sobre a própria vida, sobre a relação com os outros, sobre o próprio relacionamento com as criaturas. É assim que se ordena e se aprofunda a própria interioridade, que se mede o próprio caminho humano, o próprio amadurecimento como crescimento interior adequado à própria idade e à própria situação... Quem é chamado a presidir a Igreja de Deus, a edificá-la com o seu serviço apostólico, a organizá-la e a governá-la, deve ter entre os carismas necessário para o seu ministério sobretudo o discernimento. Capacidade que deve ser invocada e pedida a Deus, e que, ao mesmo tempo, deve ser afinada e exercitada sempre e de novo através da escuta. Nunca será demais recomendá-lo!
Ao lado desta escuta que faz do orante uma sentinela está a escuta dos irmãos, como se disse um pouco atrás, a escuta dos homens que deve, por sua vez, inspirar a oração, deve fazer chegar até Deus " súplicas, orações, intercessões, ação de graças por todas as pessoas" (1Tim 2,1). É da escuta dos homens que nasce a oração como intercessão. De fato, interceder significa "dar um passo entre", ou seja, indica um comprometimento ativo, uma ação para colocar em comunicação Deus e os homens, sobretudo aqueles que não sabem que estão nesta comunicação ou não querem estar: é assim que o presbítero se torna ministro da compaixão! Na intercessão o presbítero exercita mais do que nunca o seu ministério de pastor: "pois ele vela [sobre a comunidade] como quem há de prestar contas" (Heb 13,17) e, consciente de tal responsabilidade, ele deve apresentar a Deus as ovelhas que conhece e sabe chamar pelo nome (cf. Jo 10,2-4), e as multidões pelas quais sente compaixão (cf. Mc 6,34; 8,2). Esta é uma tarefa grave, mas que o pastor sabe que deve realizar para que, de forma autêntica e radical, possa assumir a responsabilidade por aqueles que lhe foram confiados.
Seja-me permitido aqui recordar o que eu, que por minha vez sou pastor de uma comunidade, sinto como um dever absoluto todas as noites antes de me deitar: recordar diante de Deus os irmãos e as irmãs que foram confiados à minha condução pelo Senhor, para invocar sobre eles "graça 11
sobre graça" (Jo 1,16) e a misericórdia da qual necessitam, mas também para abrir o meu coração às suas necessidades e examinar diante de Deus o meu serviço para com eles, a minha relação com eles. A intercessão do presbítero em favor dos que lhe foram confiados e por todos os homens é na verdade um cadinho de comunhão, um lugar de purificação das relações, um instrumento para assumir as responsabilidades pastorais, uma ocasião de luta contra o cinismo que ameaça, sobretudo com o passar dos anos, o "cuidado pastoral" do próprio presbítero. À imagem de Cristo intercessor diante do Pai (cf. Heb 7,25), o pastor da comunidade do Senhor deve invocar de Deus misericórdia; e se na pregação se coloca do lado de Deus para anunciar à Igreja a sua vontade muitas vezes exigente diante da não escuta de um "povo de dura cerviz" (cf. Ex 32,9; 33,3; etc.), de uma "raça de rebeldes" (cf. Ex 2,5-8; 3,9; etc.), na intercessão deve se colocar do lado do povo para recordar a Deus o seu amor fiel, a sua compaixão que nunca se extingue!
Colocado entre esta escuta e esta intercessão, o presbítero não esquecerá por outro lado a adoração, o louvor, a ação de graças, cujo cume está, sem dúvida, na liturgia eucarística. A adoração é um ato extremamente elementar e simples, mas talvez o mais esquecido dentro da oração. Ela consiste no estar diante de Deus, em oferecer-lhe a própria presença, o próprio ser corpo e espírito, e fazer isto com simplicidade e gratuidade até poder dizer ao Senhor: "Eu estou diante de ti, tu és o Senhor vivente e presente". Desta consciência se vê brotar o louvor e a ação de graças, o canto do Magnificat que deve ser entoado não apenas todas as tardes nas vésperas, mas que deve ser elevado mais vezes durante o dia, quase como um cantus firmus que testemunha a nossa abertura à comunhão com o Senhor. Tal comunhão deve ser constantemente renovada através da oração, que é verdadeiramente cristã quando se torna uma memoria Dei, uma consciência da presença de Deus na nossa vida. Quando o presbítero, mesmo com timidez chega a pensar: "Cristo e eu vivemos juntos" (cf. Gal 2,20), então esta oração contínua começa a habitá-lo...
É verdade, a oração é uma obra difícil e cansativa, uma tarefa que nunca chega a termo, um esforço que deve ser renovado até a hora da própria morte, uma arte que deve ser sempre aprendida. Mesmo antes da morte dever-se-á pedir ao Senhor que nos ensine a orar (cf. Lc 11,1). Mas, se a nossa tentativa de orar for perseverante e cotidiana, a oração realizará muito mais do que o que vemos e percebemos... Se para cada cristão a oração é eloqüência da fé, isto vale certamente também para o presbítero, mas com uma particularidade: para ele a oração é eloqüência de seu ministério!
Diác. Aganldo Bueno
CIDADE DO VATICANO, domingo, 22 de agosto de 2010 (ZENIT.org) - "Aprender a rezar é aprender a desejar e, dessa forma, aprender a viver": este é o conselho dado por Bento XVI na mensagem enviada, por meio do seu secretário de Estado, ao Meeting pela amizade entre os povos, inaugurado hoje na cidade italiana de Rimini.
A missiva ao multitudinário encontro convocado pelo movimento Comunhão e Libertação, que reúne durante a semana mais de meio milhão de pessoas, comenta o tema escolhido para esta 31ª edição: "Essa natureza que nos leva a desejar coisas grandes no coração".
"Recorda-nos que no fundo da natureza de todo homem - comenta a mensagem pontifícia, lida neste domingo durante a Missa inaugural - se encontra a irreprimível inquietude que o leva a buscar algo que possa satisfazer seu anelo."
"Todo homem intui que precisamente na realização dos desejos mais profundos do seu coração pode encontrar a possibilidade de realizar-se, de encontrar seu cumprimento, de converter-se verdadeiramente em si próprio", acrescenta o texto.
"O homem sabe que não pode responder por si só às suas próprias necessidades. Por mais que acredite ser autossuficiente, experimenta que não é suficiente para ele mesmo. Tem necessidade de abrir-se ao outro, a algo ou a alguém que possa dar-lhe o que lhe falta. Em outras palavras, deve sair de si mesmo rumo àquilo que possa saciar a amplidão do seu desejo", acrescenta.
Pois bem, afirma a mensagem, "o homem se vê tentado frequentemente pelas coisas pequenas, que oferecem uma satisfação e um prazer 'baratos', que satisfazem por um momento e são tão fáceis de alcançar quanto ilusórias, em última instância".
No entanto, "só Deus basta. Só Ele sacia a fome profunda do homem. Quem encontrou Deus, encontrou tudo. As coisas finitas podem oferecer faíscas de satisfação ou de alegria, mas só o infinito pode preencher o coração humano", afirma, citando Santo Agostinho de Hipona: "Nosso coração estará inquieto enquanto não descansar em ti".
"No fundo - sublinha -, o homem só precisa de uma coisa que abrange tudo, mas antes deve aprender a reconhecer, inclusive por meio dos seus desejos e anelos superficiais, aquilo de que precisa verdadeiramente, isto é, o que realmente quer, o que é capaz de satisfazer a capacidade do seu coração."
O desejo de "coisas grandes" deve se transformar em oração", assegura o Pontífice, "expressão do desejo" de Deus frente ao qual "Deus responde abrindo nosso coração a Ele".
"Temos de purificar nossos desejos e esperanças para poder acolher a doçura de Deus."
"Rezar diante de Deus é um caminho, uma escada: é um processo de purificação dos nossos pensamentos, dos nossos desejos. Podemos pedir tudo a Deus. Tudo o que é bom. A bondade e a potência de Deus não têm um limite entre coisas grandes e pequenas, materiais e espirituais, terrenas e celestiais."
"No diálogo com Ele, colocando nossas vidas diante dos seus olhos, aprendemos a desejar as coisas boas, em definitivo, o próprio Deus", afirma.
A mensagem conclui recordando que há cinco anos faleceu o sacerdote italiano Luigi Giussani (1922 - 2005), fundador de Comunhão e Libertação e amigo pessoal de Joseph Ratzinger, que o apresenta como mestre de jovens na hora de despertar neles o amor a Cristo.
Diác. Agnaldo Bueno /Fonte: Zenit
No primeiro domingo deste mês vocacional rezamos pelos nossos padres. Domingo passado agradecemos a vida e o dom da paternidade, colocando nossos pais, vivos e os que estão na glória de Deus, diante do altar. O terceiro domingo é dedicado a todos os consagrados: freiras, freis, irmãos e irmãs que dão a sua vida pelo Evangelho na contemplação ou na ação pastoral, segundo os conselhos evangélicos. A vida consagrada é um desdobramento da vida batismal, na esteira dos Conselhos Evangélicos da pobreza, da obediência e da castidade.
Toda a nossa existência de fiéis cristãos deveria ter como destaque a nossa vida batismal, pois nela somos incorporados a Cristo, nela somos libertos do pecado e assim regenerados pelo Espirito Santo. Nela nos tornamos participantes da vida trinitária. Portanto, a nossa consagração começa no batismo, pois este é fonte de responsabilidade e de deveres, tal como servir aos outros na comunhão da Igreja.
A vida consagrada em que se professa os três votos mencionados é uma resposta a esta consagração batismal dentro de um chamado a um carisma especial na Igreja. É uma resposta radical ao extraordinário amor de Deus sobre nossas vidas. É um ir além, numa vida comprometida com a implantação do Reino de Deus entre os homens e entre as mulheres.
O cristão sempre é chamado a jogar suas redes em águas mais profundas, ao se provocar pelo estímulo a uma nova vida, mais radicalizada e mais enraizada em Deus. Corre-se o risco para Deus, e descobre-se que só Deus basta para nossa vida.
No processo da consagração ouve-se a voz de Deus que chama. A Igreja reconhece este chamado e o autentica ao autorizar a existência dos Institutos de Vida Consagrada, que tanto bem fizeram e fazem ao Povo de Deus e a toda população, através da entrega da própria vida pelo irmão, e, além dos vários serviços de missão, evangelização, catequese, também nos diversos organismos de caridade, educacionais, do cuidado com a saúde, no desvelo com a terceira idade e de promoção humana existentes.
Deus chama homens e mulheres, através da vida consagrada, para um missão de amor em favor dos homens, e, principalmente, pelos preferidos: os pobres.
A riqueza da Igreja, já nos dizia o mártir São Lourenço, celebrado nesta semana, não está nos seus edifícios que são do Povo de Deus ou no propalado, cobiçado e imaginado poder financeiro, mas nos pobres, nos que sofrem, nos que a Igreja acolhe, educa, cuida e apresenta como o seu inexorável tesouro que jamais a traça comerá.
Os religiosos e consagrados são um dom precioso da Igreja e do mundo, este tão carente, tão sedento de Deus e de sua palavra, mas também de testemunhos.
Porém, antes mesmo do serviço que os religiosos prestam às pessoas, a sua mais importante missão é o «ser», quer dizer, o testemunho de vida em comunidade, doada diariamente com alegria e generosidade. São os «sinais escatológicos» do Reino de Deus. Nestes últimos tempos, ao lado de antigas tradições de consagrados juntaram-se muitas outras novas experiências de grupos de pessoas que atualizam dentro das atuais realidades e, muitas vezes, como sinais de contradição: o chamado de Deus para essa consagração radical. Dentro dos vários estilos de carismas encontramos o equilíbrio entre a vida de ação e contemplação, de oração, de trabalho – presentes em cada pessoa, em cada instituto e na própria estrutura eclesial.
No mundo do descartável, do prazer sem limites, na opulência do dinheiro e do ter, da autossuficiência, sentimo-nos atraídos, através da vida consagrada, a uma outra proposta de seguimento mais sublime de Jesus Cristo através da dedicação a Deus pelos conselhos evangélicos e, desta forma, são um doce e eloquente sinal de Deus neste mundo.
Neste dia de oração pela Vocação à Vida Religiosa quero enviar um afetuoso abraço de encorajamento na sua vocação e na sua missão a todos os consagrados que trabalham no âmbito de nossa Arquidiocese, que fazem a diferença do rosto de Cristo e da Igreja no Rio de Janeiro. Agradecemos a Deus por nos proporcionar tantas vocações na vida consagrada, e pedimos-Lhe que estes continuem a ser um sinal de graça perene no mundo, na construção da justiça e do amor.
Por isso, agradecidos a Deus pela vocação consagrada, peçamos novas e autênticas vocações para este serviço e que a Trindade ilumine todos os que continuam dando passos para que o Reino de Justiça e de Paz se estabeleça entre nós pelo testemunho dos que deixam tudo para trás, por amor, para ser totalmente de Jesus e da Igreja. Que Deus guarde, abençoe e proteja os consagrados!
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro
Divulgação: Diác. Agnaldo Bueno
Papa recorda que o céu não é um lugar físico
CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 16 de agosto de 2010 (Fonte -ZENIT.org) - "Deus é tão grande que também tem lugar para nós", em "corpo e alma", afirmou ontem o Papa Bento XVI, explicando o significado da festa da Assunção.
O Pontífice presidiu, pela manhã, a Missa na paróquia pontifícia de Castel Gandolfo, onde se encontra para seu descanso de verão anual.
Durante a homilia, quis aprofundar no sentido desta festa, que se celebra desde o século IV, apesar de que foi somente em 1º de novembro de 1950 que Pio XII definiu solenemente o dogma da Assunção de Nossa Senhora em corpo e alma ao céu.
Maria, explicou o Papa, "se insere até tal ponto no mistério de Cristo, que é partícipe da Ressurreição do seu Filho completamente já no final da sua vida terrena; vive o que nós esperamos no final dos tempos".
"Todos nós hoje somos bem conscientes de que, com o termo 'céu', não nos referimos a um lugar qualquer do universo, a uma estrela ou a algo parecido", mas sim "a algo muito maior e difícil de definir com nossos limitados termos humanos".
"Com este termo, 'céu', queremos afirmar que Deus, o Deus que quis ficar perto de nós e não nos abandona nem sequer na morte e muito além dela, tem um lugar para nós e nos dá a eternidade; queremos afirmar que em Deus há um lugar para nós", explicou o Papa aos presentes.
Esta realidade tem um pálido reflexo na memória que as pessoas guardam dos seus seres queridos: "Poderíamos dizer que neles continua vivendo uma parte dessa pessoa, mas é como uma sombra, porque também esta sobrevivência no coração dos próprios entes queridos está determinada a acabar".
"Deus, no entanto, não passa nunca e todos nós existimos por razão do seu amor. Existimos porque Ele nos ama, porque Ele pensou em nós e nos chamou à vida. Existimos nos pensamentos e no amor de Deus."
"É o seu amor que vence a morte e nos dá a eternidade, e é esse amor que chamamos de 'céu': Deus é tão grande que também tem lugar para nós", acrescentou.
Mas, além disso, esclareceu, não somente a alma está destinada à eternidade, mas também o corpo.
Deus "conhece e ama todo o homem, o que somos. E Deus acolhe em sua eternidade o que agora, em nossa vida, feita de sofrimento e amor, de esperança, de alegria e tristeza, cresce e chega a ser. Todo o homem, toda a sua vida, é tomada por Deus e, purificada nele, recebe a eternidade".
Portanto, afirmou o cristianismo "não anuncia somente certa salvação da alma em um impreciso além, no qual tudo o que neste mundo nos foi querido seria apagado, mas que promete a vida eterna, 'a vida do mundo futuro': nada do que é precioso e querido se arruinará, e sim encontrará plenitude em Deus".
"Oremos ao Senhor para que nos faça compreender quão preciosa é toda a nossa vida aos seus olhos", concluiu o Papa.
Diác. Agnaldo Bueno
Mãe do Padre, Mãe de Cristo
Ser Mãe de um Sacerdote
É ser um facho de luz,
É ser boa e é ser forte
Como a Mãe de Jesus.
Ao seu filho pequenino,
Com amor e suavidade,
A Mãe indica o caminho
Da virtude e da bondade.
O seu filho vai crescendo
E começa a estudar,
Na Mãe cresce a esperança
De um dia ver no altar.
E vai tentando compreender
O mistério que encerra
Avocação de seu filho,
Mais do céu do que da terra.
Até que, enfim, chega o dia
Da feliz ordenação.
Ei-la que chora e que ri,
É profunda a comoção.
E numa prece, baixinho
Ela agradece ao Senhor
Ter escolhido o seu filho
Para espalhar seu Amor.
Vós sois benditas, ó Mães,
Pois sentis bem fundo isto
Que ser Mãe de um Sacerdote
É ser a Mãe de outro Cristo.
Olhai bem para os tesouros
Que ele tem em suas mãos:
É despenseiro de Deus
De graças para os irmãos.
Se a solidão vier
Porque o filho está ausente,
Como a Virgem, vós o destes
Para ser de toda a gente.
Mas, porque é de toda a gente
Não pode ser de ninguém.
É por isso que este filho
Ainda é mais vosso, Mãe.
Na vida há luta, há tristeza,
E por vezes sofrimentos.
O Padre não desanima
Porque a mãe lhe dá alento.
E a vida torna-se leve,
Há sempre muita alegria,
Mãe e filho compreendem-se
Como Jesus e Maria.
Estão sempre para todos,
Sem se cansar de sorrir,
Vivem em grande união,
A sua vida é servir.
A Mãe está para o seu filho
Em constante doação
Animando-o com ternura
A cumprir sua missão.
E não deixa de rezar
Pelo filho Sacerdote
Para que seja fiel
Sempre, sempre até a morte.
Eis porque é mais feliz
O Padre que tem sua Mãe,
Ela o ampara e aconselha;
Não pode haver maior bem.
M. J. B.
Revista Jesus Vive e é o Senhor Ano IX
nº 89 / novembros de 1985
Diác. Agnaldo Bueno
São Luis Alberto Hurtado Cruchaga, S.J.
Pe. Alberto Hurtado, jesuíta chileno do século XX, viveu num mundo de crises, guerras, opressões. Viveu dramas familiares. Teve de trabalhar para estudar e não lhe foi fácil deixar a Mãe viúva amparada para entra no Noviciado da Companhia. Sua obra mais conhecida foi em favor dos sem-teto, dos moradores de rua. Para eles, com seus alunos e ex-alunos, com suas mãos e uma velha camioneta criou o "Hogar de Cristo", até hoje levado por leigos e leigas e que tem feito milagres no Chile. Acreditou na educação, na Universidade. Fundou "Mensaje", revista de cultura também política e social, que continua se publicando. Foi o toque de graça para o ingresso de muitos na vida consagrada religiosa e sacerdotal e na militância laica da Igreja. Morreu ainda jovem, sofrendo um doloroso câncer com admirável ânimo e paciência. Já declarado bem aventurado, agora tivemos a alegria do anúncio de sua próxima canonização. Santificou-o o Espírito de Jesus, que sua liberdade aceitou e agradeceu. A Igreja de Deus, que tanto amou, compreendeu e serviu, agora vai reconhecer, em testemunho ao mundo inteiro, a obra que o Senhor Jesus e ele fizeram em sua vida santa de cristão para valer.
Diác. Agnaldo Bueno / Google
Padres Exemplos de Fidelidade à Vocação
São Francisco de Sales
São Francisco de Sales nasceu em 21 de agosto de 1567, em Thorens, na Sabóia. Era de família aristocrática e tinha seis irmãos. Estudou retórica, filosofia e teologia em Paris, com padres jesuítas, entre 1583 e 1588. Durante este período sofreu profunda tentação e encontrou refúgio em Nossa Senhora, a quem se consagrou, fazendo votos de castidade. Em 1588 foi estudar direito em Pádua, onde se doutorou em 1592.
A família esperava que em seu regresso ele se tornasse político e se casasse com uma nobre herdeira da região, mas o jovem revelou seu interesse pela vida eclesiástica. Apesar das contrariedades familiares, São Francisco de Sales recebe o sacerdócio através de Claude de Granier, bispo de Genebra, em 18 de dezembro de 1593.
Por causa da Reforma, o episcopado de Genebra tinha sido transferido para Annecy. Lá, São Francisco de Sales se dedicou a pregar e ouvir confissões. Em 1594 ofereceu-se para evangelizar Le Chablais. Arriscando a própria vida, viajou por toda a região fazendo pregações e acabou por converter diversos calvinistas. Foi enviado a Roma, contrariado, por Claude de Granier, que o escolhera seu coadjutor. O Papa Clemente VIII confirmou a escolha.
Em 1602, com a morte de Claude de Granier, Francisco de Sales foi consagrado bispo de Genebra. Ele instituiu instruções para a catequese de fiéis, visitou as paróquias da diocese, criou regras para o clero e reformou as comunidades religiosas. Amava profundamente os pobres, e levava uma vida simples e modesta para poder ajudar os mais necessitados. Confessava, aconselhava os fiéis e pregava sem cessar. Ainda encontrou tempo para publicar diverso livros:
- Controvérsias, panfletos para a conversão dos habitantes de Le Chablis. Na primeira parte defende a autoridade da Igreja, e nas outras partes apresenta as regras da fé que não eram seguidas pelos hereges.
Filotéia: Introdução à Vida Devota, um trabalho para guiar as almas do mundo ao caminho da devoção. Na primeira parte, ensina a alma a se libertar do gosto e da tendência do pecado; na segunda, ensina a união com Deus através de orações e dos sacramentos; na terceira, exercita a união com Deus com a prática da virtude; na quarta, fortalece a alma contra a tentação; e, na última, ensina a perseverar.
-Tratado do Amor de Deus - Teotimo, composto por 12 livros.- Sermões, de antes e depois de sua consagração como bispo.
- Cartas, um conjunto de mais de 2.000 cartas.
Junto com Santa Francisca de Chantal, fundou em 1607 a Congregação das Visitandinas da Virgem, para mulheres jovens e viúvas que queriam a vida religiosa mas não tinham força ou vocação para a extrema austeridade das ordens. Entrou em contato com todos os eclesiásticos de sua época, especialmente São Vicente de Paula.
Em 1622 acompanhou a corte de Sabóia em uma viagem à França. Aqui, em 27 de dezembro, foi encontrado apoplético. Recebeu a 0extrema-unção e fez sua profissão-de-fé, repetindo constantemente "Seja feita a vontade de Deus. Jesus, meu Deus e meu tudo." Faleceu no dia seguinte, com apenas 56 anos de idade. Seu corpo foi transladado de volta para o Convento das Visitandinas de Annecy, mas seu coração foi mantido em Lyon. As freiras visitandinas, por causa da Revolução Francesa, levaram-lhe o coração para Veneza, onde é venerado até hoje. São Francisco de Sales foi beatificado em 1661 e canonizado em 1665 pelo Papa Alexandre VII, e Pio IX, atendendo ao pedido de muitos bispos, proclamou São Francisco de Sales Doutor da Igreja, em 1877. Em 1923, Pio XI o declara padroeiro da boa imprensa e dos jornalistas católicos.
Além da Congregação das Visitandinas, ele inspirou, mesmo após a morte, vários clérigos e várias congregações, as quais se formaram sob seu patronato: entre outras, os Missionários de São Francisco de Sales, de Annecy; a Ordem dos Salesianos, fundada em Turim, Itália, por Dom Bosco e devotado ao ensino cristão de crianças pobres; e a Oblatas de São Francisco de Sales, fundada em Troyes, França, pelo Padre Brisson.
Site: vida dos santos / Diác. Agnaldo Bueno