Porquê ser Sacerdote?
O santo sacramento da Ordem Sacerdotal será ministrado a este grupo de membros da Obra, que contam com uma valiosa experiência talvez de muito tempo como médicos, advogados, engenheiros, arquitetos ou de outras diversíssimas atividades profissionais.
São homens que, como fruto, do seu trabalho, estariam capacitados para aspirar Ia postos mais ou menos relevantes na sua esfera social.
Vão ordenar-se para servir. Não para mandar, não para brilhar, mas para se entregarem, num silêncio incessante e divino ao serviço de todas as almas.
Quando forem sacerdotes não se deixarão arrastar pela tentação de imitar as ocupações e o trabalho, dos leigos, mesmo que se trate de tarefas que conheçam bem por as terem realizado até agora, o que lhes conferiu uma mentalidade laical que não perderão nunca.
A sua competência nos diversos ramos do saber humano da história, das ciências naturais, da psicologia, do direito, da sociologia, embora faça parte necessariamente dessa mentalidade laical, não os levará a quererem apresentar-se como sacerdotes-psicólogos, sacerdotes-biólogos ou sacerdotes-sociólogos.
Receberam o sacramento da Ordem para serem, nem mais nem menos, sacerdotes-sacerdotes, sacerdotes cem por cento. É provável que sobre muitos assuntos temporais e humanos, entendam mais do que muitos
leigos.
Mas, desde que são sacerdotes, calam com alegria essa competência para continuarem
a fortalecer-se espiritualmente através da oração constante, para falarem só de Deus, para
pregarem o Evangelho e administrarem os sacramentos.
pregarem o Evangelho e administrarem os sacramentos.
Este é, se assim se pode dizer, o seu novo trabalho profissional, ao qual dedicam todas as horas do dia, que sempre serão poucas, porque é preciso estudar constantemente a ciência de Deus, orientar espiritualmente tantas almas, ouvir muitas confissões, pregar incansavelmente e rezar muito, muito, com o coração
sempre posto no Sacrário, onde está realmente presente.
sempre posto no Sacrário, onde está realmente presente.
Aquele que nos escolheu para sermos seus, numa maravilhosa entrega cheia de alegria, inclusivamente no meio de contrariedades, que a nenhuma criatura faltam.
Todas estas considerações podem aumentar como vos dizia os motivos de admiração.
Alguns continuarão talvez a perguntar a si mesmos: mas por que esta renúncia a tantas coisas boas e nobres da terra, a uma profissão mais ou menos brilhante, a influir cristãmente, com o exemplo, no âmbito da cultura profana, do ensino, da economia, ou de qualquer outra atividade social?
Outros ficarão admirados lembrando-se de que hoje, em não poucos sítios, grassa uma
desorientação notável sobre a figura do sacerdote; apregoa-se que é preciso procurar a sua
identidade e põe-se em dúvida o significado que, nas circunstâncias atuais, possa ter a
entrega a Deus no sacerdócio.
Finalmente, também poderá surpreender alguns que, numa época em que escasseiam as vocações sacerdotais, estas surjam entre cristãos que já tinham resolvido graças a um trabalho pessoal exigente os problemas de colocação e trabalho no
mundo.
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