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quarta-feira, novembro 30, 2011


   DAR A DEUS O QUE É DE DEUS

Certa vez, perguntaram a Jesus se era lícito pagar os impostos, já que este pagamento era causa de revolta do povo explorado tanto pelo alto custo daqueles, quanto pelos cobradores. Queriam testá-Lo a fim de levantar contra Ele acusação de que incitava o povo contra César.
Jesus, porém, percebeu as intenções daqueles que lhe questionavam.  E, tomando uma moeda cunhada com a inscrição e a face de Cesar, responde: "Dai a Cesar o que é de Cesar" (Mt 22, 21a). O Mestre não abole a lei dos homens, nem tampouco incita o povo à revolta. Vai, porém, além do limite humano: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mt 22,21).
O imperador César aqui representa tudo aquilo que é mundano, que é passageiro, transitório, pois que essa ordem de coisas pertencem apenas à vida terrena, não importando para Deus. Aqui podemos incluir, então, nossos bens materiais, o sucesso, o conhecimento intelectual, e tudo o mais que apenas serve para dar conforto ou aquilatar nossa vida material.
E o que é nosso que devemos dar a Deus? Sem dúvida, tudo aquilo que está na essência daquilo que somos, do ser em preponderância sobre o ter. Primeiro, o nosso dom maior que é a própria vida. Dar a vida a Deus como sinal de agradecimento e louvor é chamá-lo a fazer parte de nosso cotidiano. Deus não age com o ser humano como um manipulador de seu destino, mas como alguém que deseja fazer parte de sua história, instituindo-lhe os caminhos e sendo testemunhado ao longo dos  mesmos. É assim que quer participar de nossa vida.
Depois, aceitar o convite implícito nas palavras de Jesus: dar a Deus o que é de Deus é devolver-Lhe nossos dons, nossa bondade, nossa compaixão pelo outro, enfim, tudo aquilo que temos e que nos aproximam do divino.
Possamos, pois, agir como nos ensina Santo Inácio de Loyola e entregar a Deus tudo o que temos e somos: liberdade, memória, conhecimento e vontade, a integralidade de nossas vidas, colocando o Senhor no lugar central das mesmas, único lugar onde Ele merece estar.

Texto para sua reflexão: Mt 22, 15-21

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