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domingo, março 28, 2010

A ORIGEM DA SEMANA SANTA

A Semana Santa é a ocasião em que é celebrada a paixão de Cristo, sua morte e ressurreição.
Jesus Cristo não aceitava o tipo de
vida que seu povo levava, o governo cobrando altos impostos, riquezas extremas para uns e miséria para outros.
Ao chegar a Jerusalém, foi aclamado pela população como sendo o Messias, o Rei, mas os romanos não acreditavam que ele era filho de Deus, duvidavam dos seus sábios ensinamentos, de sua missão para salvar a humanidade, então passaram a persegui-lo.
Jesus tinha conhecimento de tudo que iria passar, da peregrinação que o levaria à morte. Convidou, então, doze homens a quem chamou de discípulos, para levar seus ensinamentos às
pessoas.
Porém, Judas Escariotes, um desses apóstolos, também duvidou que Ele era um enviado de Deus, entregando-lhe para os romanos, que o capturaram.
Em seguida, fizeram Jesus passar pela via sacra, amarrado à sua cruz, carregando-a por um longo trecho, sendo torturado, levando chibatadas dos soldados, sendo caçoado covardemente até sofrer a crucificação e a morte.
A semana santa foi celebrada pela primeira vez no ano de 1682, através do Concílio de Niceia, advinda do Papa Silvestre I, onde os ensinamentos da doutrina católica tornam-na como religião oficial do Império Romano.
Foi determinado que a semana santa fosse constituída de oito dias. Seu início se deu no domingo de ramos, através da entrada do Rei, do Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a páscoa judaica. Na segunda-feira seguinte foi o dia em que Maria ungiu Cristo; na terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada; a quarta-feira é conhecida como o dia das trevas; a quinta-feira foi a última ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach. A sexta-feira foi o dia do seu sofrimento, sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna.

Sem. Agnaldo Bueno

Consagração a Nossa Senhora


Ó Santa Mãe Dolorosa de Deus, ó Virgem Dulcíssima:
Eu vos ofereço meu coração para que o conserveis intacto, como Vosso Coração Imaculado.
Eu vos ofereço a minha inteligência, para que ela conceba apenas pensamentos de paz e bondade, de pureza e verdade.
Eu vos ofereço minha vontade, para que ela se mantenha viva e generosa ao serviço de Deus.
Eu vos ofereço meu trabalho, minhas dores, meus sofrimentos, minhas angústias, minhas tribulações e minhas lágrimas, no meu presente e no meu futuro para serem apresentadas por Vós a Vosso Divino Filho, para purificação de minha vida. Mãe compassiva, eu me refugio em vosso Coração Imaculado, para acalmar as dolorosas palpitações de minhas tentações, de minha aridez, de minha indiferença e das minhas negligências.
Escutai-me, ó Mãe, guiai-me, sustentai-me e defendei-me contra todo perigo da alma e do corpo, agora e para toda a eternidade. Amém!



Sem. Agnaldo Bueno

quarta-feira, março 24, 2010


O padre, presidente da liturgia.
Por Pe Vitor Feller

O Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, não pertencia à classe sacerdotal. Mas, como todo bom judeu, desde os doze anos visitava o templo de Deus, para orar e oferecer sacrifícios ao Pai celeste. Em seu ministério de pregação do Reino e na sua predileção pelos últimos, Jesus de Nazaré fez de si mesmo o novo templo de Deus. No episódio da expulsão dos vendilhões, o evangelista João atesta que “ele falava do santuário de seu corpo” (Jo 2,21). A Carta aos Hebreus, ao falar do sacerdócio de Cristo, insiste que ele é o único e eterno sacerdote, porque entrega a sua vida, é capaz de se compadecer das fraquezas humanas e nos convida a seguir o seu exemplo, vivendo a vida cristã na obediência à vontade do Pai e na entrega total até a morte. Como Jesus, todo presbítero deve também fazer de sua vida uma liturgia, isto é, deve sacrificar-se pelo Reino, na fidelidade ao Pai e no empenho pela salvação da humanidade. Deve fazer de seu corpo, isto é, de todo o seu ser e agir, um templo para Deus. Neste sentido de uma vida sacrificada, o presbítero é o homem da liturgia. Por isso, é o homem do templo, do tabernáculo. Lugar por excelência em que ele exerce essa missão é a presidência das celebrações litúrgicas, sobretudo da Missa.
A poesia da missaA poeta Adélia Prado, uma das mais conhecidas escritoras brasileiras da atualidade, em um encontro sobre canto e liturgia, em Aparecida, falou sobre linguagem poética e linguagem litúrgica. Ao propor um resgate da beleza simples e sóbria da liturgia católica, ela cunhou a seguinte frase, que já se tornou clássica: “Missa é como um poema, não suporta enfeite nenhum”. Ela se referia ao péssimo costume de muitos padres e auxiliares da celebração da missa (comentaristas, leitores, cantores) que não respeitam a linguagem poética da missa, a linguagem do sagrado. Fazem da missa um acúmulo de acessórios e ruídos: comentários, explicações, gritos, gestos incontidos, cartazes de todo tipo, avisos infindos. Usam instrumentos musicais inadequados para o canto litúrgico, como as estridentes baterias, mais apropriadas para shows e espetáculos do mundo. Servem-se de coisas impróprias para a santidade da liturgia: cantos barulhentos, microfones altíssimos, papéis e mais papéis jogados sobre o altar, bordados e rendas nas alfaias e nas vestes do padre. Tudo coisas que desrespeitam a sobriedade da Missa. Acham que a Tradição da Igreja é ignorante em matéria de liturgia e, por isso, arvoram-se em criadores de coisas novas. Não para louvar a Deus, que é simples na sua unidade, bondade e beleza, mas para agradar aos homens e, talvez, para se autoglorificarem. Com isso, perdem uma grande oportunidade, a única oportunidade, de fazer da Missa o cartão de visitas da comunidade cristã. A história do cristianismo testemunha que muita gente se converteu à fé católica ao participar de uma Missa bem celebrada, com unção e poesia, com simplicidade e beleza.
O mistério da missaA liturgia, sobretudo a Missa, celebra o mistério pascal, o mistério da morte e da ressurreição do Senhor. É a ocasião em que o fiel se prostra diante de Deus, o humano diante do divino. É a hora do silêncio, do vazio interior, para se ouvir a voz de Deus. Outra bela frase de Adélia Prado é: “a palavra foi inventada para ser calada”. O ritual da Missa foi elaborado por especialistas em liturgia, gente que entende do jogo simbólico entre palavra e silêncio. Todas as palavras do ritual da Missa – as saudações e orações do presidente, as súplicas do Ato Penitencial, a linda oração do Hino de Louvor, as leituras bíblicas, a oração eucarística etc. – estão fundamentadas na Palavra de Deus. Na forma de um jogo simbólico que se reveza entre o presidente e a assembleia, todo o ritual litúrgico é também Palavra de Deus. Daí a necessidade de proclamá-la com unção, de ouvi-la no silêncio do coração, de fazer momentos de silêncio para deixar que essa Palavra divina – na escritura e na liturgia – penetre todos os meandros de nosso ser pessoal e de nossas relações comunitárias. O mundo de hoje tem horror ao silêncio, ao vazio. Parece haver um medo de que no silêncio Deus nos fale! Tudo tem que ser preenchido com palavras e barulhos e ruídos humanos.
O ministério do padreComo presidente da assembleia litúrgica, o presbítero deve ter consciência de que está fazendo as vezes de Cristo, o único Cabeça da Igreja. Cabe a ele garantir a santidade e a sobriedade da liturgia. Para tanto, deve fazer da liturgia o centro de seu ministério. Junto com o múnus da liturgia, o múnus da profecia e o da caridade constituem o essencial da missão da Igreja. Nesses três ministérios, que ao final se auto-implicam, temos toda a vida cristã e, por excelência, a vida do presbítero. O padre existe para isso. Nesse sentido, ele é o homem do templo, do tabernáculo, do altar. Ele é o homem da Missa, enquanto esta se entende como celebração da paixão, da morte e da ressurreição do Senhor. Assim, na Missa o padre celebra também sua paixão pelo Povo de Deus e pelo Reino de Deus, realiza sua morte – a morte de seus sentimentos, pensamentos, desejos, preocupações etc. – como oferta da vida, e festeja sua ressurreição, sua transfiguração como um outro Cristo, o único sacerdote que, efetivamente, preside a assembleia cristã.
Convido, pois, os leitores para que orem, pelos seus sacerdotes para que sejam homens do templo, do tabernáculo, do altar, para que presidam a liturgia com a unção e a santidade do único e eterno sacerdote, Jesus Cristo.



Pe. Vitor Galdino FellerDiretor e professor de teologia no ITESC - Instituto Teológico de Santa Catarina. 16 / 03 / 2010


Sem. Agnaldo Bueno

segunda-feira, março 22, 2010

Bento XVI: precisamos de sacerdotes que falem de Deus ao mundo

O Santo Padre deteve-se sobre o tema do encontro “Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote”, reiterando o valor do celibato e convidando os sacerdotes a contrastarem aqueles reducionismos que querem transformar o padre num “agente social”.

A saudação ao Papa foi feita pelo Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes. O purpurado brasileiro manifestou a sua “plena solidariedade, comunhão, apoio e oração” ao Papa, em tempos “não fáceis e muitas vezes repletos de sofrimentos para a Igreja”.

O mundo de hoje precisa de sacerdotes que sejam profundamente tais. Bento XVI reiterou que numa época que “tende a desvanecer todo tipo de concepção de identidade, por muitos considerada contrária à liberdade e à democracia”, é preciso considerar de modo bem claro “a peculiaridade teológica do Ministério ordenado”.

Isso deve ser feito para não se “ceder à tentação de reduzi-lo às categorias culturais dominantes”:

“Num contexto de difusa secularização, que progressivamente exclui Deus da esfera pública e, de modo tendencial, também da consciência social partilhada, muitas vezes o sacerdote é visto como “estranho” à percepção comum, justamente pelos aspectos mais fundamentais de seu ministério, como o ser homem do sagrado, tirado do mundo para interceder em favor do mundo, em tal missão constituído por Deus e não pelos homens.”

O Papa observou que “é importante superar perigosos reducionismos” que, nos anos passados, “apresentaram o sacerdote quase com um “agente social”, correndo o risco de trair o próprio Sacerdócio de Cristo. Ao invés, é preciso “reafirmar, também em nossos dias, o valor sagrado do celibato”. Ele é “uma autêntica profecia do Reino – explicou o Pontífice – “expressão da doação de si a Deus e aos outros”:

“Como se mostra sempre mais urgente a hermenêutica da continuidade para compreender de modo adequado os textos do Concílio Ecumênico Vaticano II, analogamente se mostra necessária uma hermenêutica que podemos definir como sendo hermenêutica “da continuidade sacerdotal”, a qual, partindo de Jesus de Nazaré, Senhor e Cristo – e passando pelos dois mil anos de história de grandeza e de santidade, de cultura e de piedade vividos pelo sacerdócio – chegue até os nossos dias.”

Bento XVI prosseguiu seu discurso afirmando que no tempo em que vivemos é importante que o chamado ao sacerdócio “floresça dentro do carisma da profecia”:

“É preciso sacerdotes que falem de Deus ao mundo e que apresentem o mundo a Deus; homens não sujeitos a modas culturais efêmeras, mas capazes de viver autenticamente aquela liberdade que somente a certeza da pertença a Deus é capaz de dar.”

O Pontífice ressaltou que “a profecia mais necessária é a da fidelidade, que partindo da Fidelidade de Cristo à humanidade, mediante a Igreja e o Sacerdócio ministerial, leve a viver o próprio sacerdócio na total adesão a Cristo e à Igreja”.

De fato, “o sacerdote não pertence mais a si mesmo, mas é “propriedade” de Deus” – foi a sua reflexão. E esse seu “ser de Outro” – acrescentou – “deve tornar-se reconhecível por todos, mediante um límpido testemunho”:

“No modo de pensar, de falar, de julgar os fatos do mundo, de servir e amar, de relacionar-se com as pessoas, como também no vestir, o sacerdote deve adquirir força profética de sua pertença sacramental, do seu ser profundo. Consequentemente, deve cuidar-se de subtrair-se à mentalidade dominante, que tende a associar o valor do ministro não a seu ser, mas à sua função, desconhecendo assim, a obra de Deus que incide na identidade profunda da pessoa do sacerdote, configurando-o a Si de modo definitivo.”

O Papa evidenciou que a vocação do sacerdócio é, portanto, “uma altíssima vocação que permanece um grande Mistério até mesmo para os que a receberam como doação”:

“Os nossos limites e as nossas fraquezas devem induzir-nos a viver e a custodiar com profunda fé tal dom precioso, com o qual Cristo nos configura a Si, tornando-nos partícipes da sua Missão salvífica.”

O Santo Padre reiterou a necessidade de “uma vida profética” que “favoreça o advento do Reino de Deus já presente e o crescimento do Povo de Deus na fé”. O Papa concluiu o seu discurso com uma exortação que constitui também um desafio para os sacerdotes de hoje:

“Caríssimos sacerdotes, os homens e as mulheres do nosso tempo nos pedem somente que sejamos profundamente sacerdotes, e nada mais.”

Por fim, um encorajamento do Santo Padre:

“Os fiéis leigos encontrarão em tantas outras pessoas aquilo de que humanamente precisam, mas somente no sacerdote poderão encontrar aquela Palavra de Deus que deve estar sempre em seus lábios.”

Fonte: http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=363860

Sem: Agnaldo Bueno

sexta-feira, março 19, 2010

A VIDA DE SÃO JOSÉ


José nasceu provavelmente em Belém, o pai se chamava Jacó (Mt 1,16) e parece que ele fosse o terceiro de seis irmãos. A tradição nos passa a figura do jovem José como um rapaz de muito talento e de temperamento humilde, manso e devoto. José era um carpinteiro que morava em Nazaré. Com a idade de mais ou menos 30 anos foi convocado pelos sacerdotes do templo, com outros solteiros da tribo de David, para se casar. Quando chegaram ao templo, os sacerdotes colocaram sobre cada um dos pretendentes um ramo e comunicaram que a Virgem Maria de Nazaré teria se casado com aquele em que o ramo se desenvolvesse e começasse a germinar.
Maria, com a idade de 14 anos, foi dada em casamento a José, todavia ela continuou a morar na casa da familia em Nazaré da Galileia ainda por um ano, que era o tempo pedido pelos Ebreus, entre o período do casamento e a entrada na casa do esposo. Foi alí, naquele lugar, que recebeu o anúncio do Anjo e aceitou: "Eis-me, sou a serva do Senhor, aconteça a mim aquilo que disseste" (Lc 1,38). Como o Anjo lhe havia dito que Isabel estava grávida (Lc 1,39), pediu a José para acompanhá-la a casa da sua prima que estava nos seus últimos três meses di gravidez. Tiveram que enfrentar uma longa viagem de 150 km porque Isabel morava a Ain Karim na Judéia. Maria ficou com ela até o nascimento de João Batista.Maria, voltando da Judéia, colocou o seu esposo diante a uma maternidade que ela não podia explicar.
Muito inquieto José combateu contra a angústia do suspeito e meditou até de deixá-la fugir secretamente (Mt 1,18) para não condená-la em público, porque era um esposo justo. Na verdade, denunciando Maria como adultera a lei previa que fosse lapidada e o filho do pecado morresse con ela (Levitino 20,10); Deuteronomio 22,22-24). José estava para atuar esta idéia quando um Anjo apareceu em sonho a fim de dissipar os seus temores:"José, filho de David, não temer de casar com Maria, tua esposa, porque aquele que foi generado nela, vem do Espirito Santo" (Mt 1,20).
Todos os turbamentos sumiram e não só, antecipou a cerimonia da festa de ingresso na sua casa con a esposa.Com ordem de um edito de César Augusto que ordenava o censimento de toda a terra (Lc 2,1), José e Maria partiram para a cidade de origem da dinastia, Belém. A viagem foi muito cansativa, seja pelas condições desastrosas, seja pelo estado de Maria já próxima à maternidade. Belém naqueles dias era cheia de estrangeiros e José procurou em todas as locandas, um lugar para a sua esposa mas as esperanças de encontrar uma boa acolhença foram frustradas. Maria deu a luz ao seu filho em uma gruta na periferia de Belém (Lc 2,7) e alguns pastores correram para visitá-la e ajudá-la.
A lei de Moisés prescrivia que a mulher depois do parto fosse considerada impura, e ficasse 40 dias segregada se tivesse partorido um macho, e 80 dias se uma femea, e depois deveria se apresentar ao templo para purificar-se legalmente e fazer uma oferta que para os pobres era limitada a duas rolas e dois pombos. Se o menino era primogenito, ele pertencia pela lei ao Dio Jahvé. Vindo o tempo da purificação, eles vão ao templo para oferecer o primogenito ao Senhor. No templo encontraram o profeta Simeão que anunciou a Maria:"e também a ti uma espada traspassarà a alma" (Lc 2,35). Chegaram depois os Magos do oriente (Mt 2,2) que procuravam pelo recém nascido Rei dos Judeus.
Vindo ao conhecimento disto, Herodes teve um grande medo e procurou com todos os meios de saber onde estava a criança para poder eliminá-la. Os Magos entanto encontraram o menino, estiveram em adoração e ofereceram os dons dando tranquilidade à Santa Familia. Depois que eles partiram, um Anjo do Senhor, que apareceu a José, o convidou a fugir:"Levanta-te, pega o menino e a sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que não te aviso quando voltar; porque Herodes está procurando o menino para matá-lo. (Mt 2,13). José foi logo embora com a familia (Mt 2,14) para uma viagem de mais ou menos 500 km.
A maior parte do caminho foi pelo deserto, infestado da numerosas serpentes e muito perigoso por causa dos brigantes. A Sagrada Familia teve assim que viver a penosa experiencia de prófugos longe da própria terra, para que acontecesse, quanto tinha dito o Senhor por meio do Profeta (Os XI,1):"Eu chamei o filho meu do Egito" (Mt 2,13-15).
No mês de Janeiro do ano 4 a.C., imediatamente depois da morte de Herodes, um Anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito e lhe disse: "Levanta-te, pega o menino e sua mãe e vai na terra de Israel; na verdade morreram aqueles que procuravam matar o menino" (Mt 2,19). José obedeceu às palavras do Anjo e partiram mas quando chegou a eles a notícia que o sucessor de Herodes era o filho Archelao teve medo de ir embora.
Avisado em sonho, foi embora da Galileia e foi morar em uma cidade chamada Nazaré, porque assim aconteceria quanto foi dito pelos profetas: "Ele serà chamado Nazareno" (Mc 2,19-23). A Sagrada Familia, como cada ano, foi a Jerusalém para a festa da Pascoa. Passado os dias de festa, retornando a casa, acreditavam que o pequeno Jesus de 12 anos fosse na comitiva. Mas quando souberam que não era com eles, iniciaram a procurá-lo desesperadamente e depois de três dias, o encontraram no templo, sentado no meio dos mestres, enquanto os escutava.
Ao verem ele, ficaram perplexos e sua mãe lhe disse: "Filho, porque nos fez isto? Eis, teu pai e eu, angustiados te estavamos procurando". (Lc 2,41-48).
Passaram outros vinte anos de trabalho e de sacrifício para José, sempre perto a sua esposa e morreu pouco antes que seu filho iniciasse a predicação. Não viu a paixão de Jesus no Golgota provavelmente porque não teria podido suportar a atroz dor da crocificação do Filho tanto amado.


Sem. Agnaldo Bueno
LADAINHA DE SÃO JOSÉ


Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós!

São José,

“Ilustre filho de David,

“Luz dos Patriarcas,

“Esposo da Mãe de Deus,

“Casto guarda da Virgem,

“Sustentador do Filho de Deus,

“Zeloso defensor de Jesus

“Chefe da Sagrada Família,

“José justíssimo, rogai por nós!

José castíssimo,

“José prudentíssimo,

“José fortíssimo,

“José obedientíssimo,

“José fidelíssimo,

“Espelho de paciência,

“Amante da pobreza,

“Modelo dos trabalhadores,

Honra da vida de família,

“Guarda das virgens,

“Amparo das famílias,

“Consolação dos infelizes,

“Esperança dos doentes,

“Patrono dos moribundos,

“Terror dos demônios, “
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Ele o constituiu Senhor da sua casa.
E o fez príncipe de todos os seus bens.

Oremos: Ó Deus que, por inefável Providência, Vos dignastes escolher o bem-aventurado São José por esposo de Vossa Mãe Santíssima; concedei-nos que aquele que na terra veneramos como protetor, mereçamos tê-lo no Céu por intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém!

O Sacerdote é um Dom de Cristo para a Comunidade

Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de Florianópolis

João Paulo II e os sacerdotes

Ao longo de seu pontificado (1978 – 2005), o Papa João Paulo II deu uma atenção especial aos sacerdotes. Anualmente, por ocasião da Quinta-feira Santa, publicava uma “Carta a todos os Sacerdotes da Igreja”. Para cada ano, escolhia um tema especial. Sua primeira carta, de 8 de abril de 1979, começava assim: “Nos inícios de meu novo ministério na Igreja, sinto profundamente a necessidade de me dirigir a vós, (...), sacerdotes, que sois meus irmãos em virtude do sacramento da Ordem”. O texto que segue é dessa Carta (n. 4).

Não se pode renunciar ao sacerdócio

“Nosso sacerdócio sacramental... é um «serviço» em relação à comunidade dos fiéis. Não se origina, porém, a partir dessa comunidade, como se fosse ela a «chamar», ou a «delegar». É dom, sem dúvida para a comunidade; mas provém de Cristo, da plenitude do seu sacerdócio. Tal plenitude tem a sua expressão no fato de Cristo, embora tornando a todos idôneos para oferecer o sacrifício espiritual, chamar e habilitar alguns para serem ministros do seu sacrifício sacramental, a Eucaristia, em cuja oblação concorrem todos os fiéis e no qual são inseridos os sacrifícios espirituais do Povo de Deus.
Conscientes dessa realidade, compreendemos de que modo nosso sacerdócio é «hierárquico», isto é, está ligado ao poder de formar e de reger o povo sacerdotal e é, precisamente por isso, «ministerial». Desempenhamos, pois, o múnus, mediante o qual o próprio Cristo «serve» incessantemente o Pai na obra da nossa salvação. Toda a nossa existência sacerdotal é e deve ser profundamente penetrada por esse serviço, se quisermos realizar, de maneira adequada, o sacrifício eucarístico in persona Christi [na pessoa de Cristo]. O sacerdócio exige particular integridade de vida e de serviço; tal integridade condiz muito bem com nossa identidade sacerdotal. Nela se exprimem a grandeza da nossa dignidade e a «disponibilidade» que lhe é própria: a prontidão humilde para aceitar os dons do Espírito Santo e distribuir aos outros os frutos do amor e da paz (...).
Uma vez que o sacerdócio nos é dado para servir constantemente os outros, como fazia o Senhor Jesus Cristo, não se pode renunciar a ele por causa das dificuldades que encontramos e dos sacrifícios que nos são exigidos. Tal como os apóstolos, também nós deixamos tudo para seguir Cristo. Por isso, devemos perseverar ao lado dele, mesmo nos momentos de cruz.”



Sem. Agnaldo Bueno

quinta-feira, março 18, 2010

Fiéis rezam pela beatificação do Anjo Bom do Brasil
Semana de Irmã Dulce 2010

A Semana de Irmã Dulce – evento realizado anualmente desde 1993, em Salvador, Bahia - ganha, este ano, um componente especial. Os fiéis, admiradores da vida e obra de Irmã Dulce, o Anjo Bom do Brasil, se revezarão em orações para que a beatificação da freira seja anunciada o mais breve possível pelo Vaticano. Com a concessão do título de Venerável pelo papa Bento XVI em 2009, os fiéis têm motivos para renovar sua expectativa pelo anúncio da beatificação. O período é A Semana de Irmã Dulce também é dedicada à memória e ao carisma da ‘Mãe dos Pobres e acontece entre os dias 8 e 13 de março.
O ponto alto será missa do dia 13, às 9h, pela passagem dos 18 anos de falecimento da freira, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, futuro Santuário de Irmã Dulce, no antigo Cine Roma, localizado no bairro do Bonfim, em Salvador.
Merece destaque ainda a reedição da exposição “Meio século pensando no próximo”, no Shopping Piedade, onde permanece até o sábado, dia 13. A mostra, que retrata a vida e obra de Irmã Dulce e os 50 anos de fundação da OSID através de painéis e recursos de áudio e vídeo. Depois, entre os dias 29 de abril e 12 de maio, a exposição será apresentada em Feira de Santana.
A programação se completa com a entrega da Comenda de Sócio Honorário e Benemérito das Obras Sociais Irmã Dulce, em solenidade a ser realizada no dia 11 de março, às 17 horas, no auditório do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Santo Antônio. Também serão realizados eventos internos de acolhimento aos novos médicos residentes, premiação dos profissionais e voluntários que se destacaram no apoio às Obras Sociais Irmã Dulce e uma vasta programação religiosa.

COMO ESTÁ O PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DE IRMÃ DULCE
Iniciada em janeiro de 2000, a causa para beatificação de Irmã Dulce venceu em abril de 2009 a penúltima etapa. O Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável à freira baiana. O reconhecimento foi comunicado pelo próprio Papa ao prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o Arcebispo Ângelo Amato, em audiência realizada no Vaticano. Com a medida, a freira passou a ser chamada de “Venerável Dulce”.
O título é o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu, em grau heróico, as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade, e permite que a causa da beatificação da religiosa cumpra agora sua última etapa: a confirmação do milagre. Uma graça só é considerada milagre após atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade, que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento completo do pedido; a durabilidade e permanência do benefício e seu caráter ‘preternatural’ (não explicado pela ciência). A comprovação do milagre é feita em três etapas: uma reunião com teólogos, com peritos médicos (que dão o aval científico) e, finalmente, a aprovação final do colégio cardinalício.
Atualmente, o Memorial Irmã Dulce guarda mais de cinco mil cartas e depoimentos que relatam curas que os devotos acreditam milagrosas e operadas pela Fé naquela que é chamada de Mãe dos Pobres. A expectativa é que até o final de 2010 esta fase esteja concluída e os fiéis possam aguardar o anúncio da beatificação.
Os nove teólogos da Congregação para a Causa dos Santos que avalizaram por unanimidade a concessão do título de Venerável (etapa mais demorada do processo) destacaram em seus votos sua visão das virtudes da Mãe dos Pobres.

Sergio TonielloOSID- Assessoria de Comunicação.
Sem. Agnaldo Bueno

domingo, março 14, 2010

“Sejam profundamente sacerdotes e nada mais”,
clamou papa Bento XVI

O Papa Bento XVI discursou hoje, na sala das Bênçãos, no Vaticano, aos 700 bispos e sacerdotes participantes do Congresso Teológico Internacional promovido pela Congregação para o Clero. Com informações da Rádio Vaticana.
Bento XVI iniciou sua mensagem, dizendo que o mundo hoje necessita de sacerdotes que sejam profundamente tais, pois numa época "que tende a desvanecer todo tipo de concepção de identidade, por muitos considerada contrária à liberdade e à democracia, é preciso considerar de modo bem claro a peculiaridade teológica do Ministério ordenado", disse.
Alertando aos sacerdotes, Papa Bento XVI explicou que num contexto de difusa secularização, que progressivamente exclui Deus da esfera pública e, de modo tendencial, também da consciência social partilhada, muitas vezes "o sacerdote é visto como ‘estranho' à percepção comum, justamente pelos aspectos fundamentais do seu ministério, como ser o homem do sagrado, tirado do mundo para interceder em favor do mundo, em tal missão constituído por Deus e não pelos homens".
O Santo Padre destacou, também, a relevância do sacerdote saber se diferenciar e não assumir a função de um agente social, sob o risco de "trair o próprio sacerdócio de Cristo". Conforme o pontífice, é preciso, aliás, fazer o contrário "reafirmar em nosso dias o valor sagrado do celibato", que é "uma autêntica profecia do Reino", disse.
Para o pontífice, no tempo em que vivemos é imprescindível que o chamado ao sacerdócio "floresça dentro do carisma da profecia". Segundo Bento XVI, atualmente, é preciso sacerdotes que falem de Deus ao mundo e que apresentem o mundo a Deus. "homens não sujeitos a modas culturais efêmeras, mas capazes de viver autenticamente aquela liberdade que somente a certeza da pertença a Deus é capaz de dar", asseverou.
Conforme Bento XVI, a profecia mais necessária é da fidelidade; fidelidade de Cristo à humanidade. Assim, segundo o Papa, a Igreja e o sacerdócio ministerial leva a viver o próprio sacerdócio na total adesão a Cristo e à Igreja. Neste sentido, o sacerdote deve se entregar totalmente a Deus. "É propriedade de Deus", afirmou. E "deve tornar reconhecível por todos, mediante um límpido testemunho", complementou.
O Papa salientou ainda que os sacerdotes devem subtrair-se a mentalidade dominante, que tende a associar o valor do ministro não ao seu ser, mas à sua função. Para o pontífice, o sacerdote deve adquirir força profética de sua pertença sacramental, do seu ser profundo em tudo que conduz a sua vida.
Por fim, o Santo Padre afirmou que o sacerdócio é "uma altíssima vocação que permanece um grande Mistério até mesmo para os que a receberam como doação". Conclui, exortando os sacerdotes a serem "profundamente sacerdotes e nada mais".


Publicado 2010/03/12 Autor: Gaudium PressSecção: Mundo

Sem. Agnaldo Bueno

sexta-feira, março 12, 2010

SOBRE O PROGRMA EXIBIDO PELO SBT, SOBRE PADRES PEDÓFILOS. NA CIDADE DE ARAPIRACA.


Muito triste e chocado com a reportagem, quero fazer algumas considerações sobre o assunto: Na minha opinião quando fazemos uma opção de vida, devemos estar convictos do que estamos fazendo E escolhendo para toda a vida. Se você decide ser Padre , deve saber que está deixando de lado a carne e partindo para um trabalho com espirito. Se você decide casar, deve saber que está deixando todas as outras mulheres por causa de uma. Como um Padre pode pregar o Evangelho, atender em confissão, aconcelhar fiéis e ter uma conduta duvidável como mostrou ontem o Programa do SBT? Quantos fiéis hoje estão sofrendo por conhecer a outra face do seu Lider Espiritual, algo que nos deixa bem magoados e tristes?

Percebe-se ao ler os comentários ou ouvi-los por ai, quanto somos ignorantes por julgar a Igreja e até condena-la!!! Mas bem vejamos o outro lado dos julgamentos...

1. Questionou-se muito o Celibato como uma das razões da Pedofilia, seriam os padres os maiores criminosos? Acho que não!!! O celibato não é o culpado da Pedofilia. O maior número de criminosos está entre os casados e portanto não celibatários!!! Pesquisas recentes, mais ousadas do que eu, diriam que esse número é assustador entre pessoas da família da criança!!!

2. Quando um Padre comete um crime desses, que é realmente abominável, faz-se uma reviravolta... Mas se esquece que a Pedofilia é cometida por seres "humanos" e não somente por padres!!! Pq se fosse só por padres, o número seria muito ineferior!!!

3. Será que esses "meninos" não usaram o Padre que, ingenuamente ou levado pelos seus desejos sexuais pervertidos, foi levado a chantagem com finalidade lucrativa? Isto seria culpa de quem? Do padre ou de uma sociedade capitalista neo-liberal que visa o lucro acima de tudo? Onde está a Instituição Família? Quem educa essas "crianças"? Tenho pena desses "meninos" que também são oportunistas.

4. Por que dá ibope falar de padres e da Igreja Católica? Por causa de sua imagem e de sua importância diante da sociedade!!! Somos a única Instituição que perdurou tantos anos!!! Atravessamos Milênios!!! Falar de Padre Santo não dá ibope!!! Questiono ai por causa das porcarias que ouvimos e que passam pelas tais tvs.

Não percamos nossa fé, alicerçada no Cristo!!! A Igreja somos nós, e se algum membro peca, todo o corpo está ferido também pelo pecado!!!

Tudo que vimos deve servir para que aumentemos nossa fé em Jesus Cristo e colaboramos mais ativamente na Igreja!!! Tenho certeza que muitos que falam mal disso ou daquilo, mas não sabem bem, nem o que é a Igreja. Mas, como todos somos técnicos em todas as áreas do conhecimento, queremos palpitar em tudo e sobre tudo!!!

Criminosos devem ser punidos!!! E, eles não estão somente na Igreja!!!

Tenho pena daqueles fiéis que com certeza estão sofrendo com os fatos.

Rezemos por nossos sacerdotes e seminaristas para que Deus os fortifique na sua luta pela fidelidade!!! Que neste Ano Sacerdotal possamos rezar pelos nossos lideres Espirituais, pelos nossos Sacerdotes e por aqueles que vivem ou deixam o mau entrar na sua vida. Sejamos confiantes, Deus é Bom, Deus nunca jamais abandonara sua amada Igreja. Que a Virgem Maria Mãe de todos os Sacerdotes interceda junto ao Seu Filho Jesus por cada um dos fieis e dos Sacerdotes.


Deus está acima de tudo isso, portanto , continuo crendo em Nosso Senhor Jesus Cristo e na Santa Igreja Católica Apóstolica Romana.
Sem Agnaldo Bueno

quarta-feira, março 10, 2010

Fenômeno na Espanha: convento de clausura atrai a dezenas de jovens profissionais.

.- Uma religiosa de 43 anos, convertida em uma das prioresas mais jovens de sua ordem religiosa, revolucionou um antigo convento de Clarissas contemplativas na Espanha, convertendo-o em um ímã para dezenas de jovens mulheres profissionais.

Irmã Verônica ingressou no convento de Irmãs Clarisas de clausura da Ascensão fundado em Lerma (Espanha) em 1604, quando este se encontrava em uma crise vocacional.

Era 22 de janeiro de 1984 e Marijose Berzosa –o nome de Irmã Verônica no mundo- decidiu, aos 18 anos, deixar atrás a carreira de medicina, os amigos, as discotecas dos 80 e o basquete.

"Ninguém me entendeu. Houve apostas de que não ia durar nada. Mas eles não sentiam a força do furacão que me arrastava", conta Irmã Verônica. "Era a clássica adolescente em busca de uma saída... e tomei a decisão em apenas quinze dias".

Irmã Verônica ingressou assim a um convento onde fazia 23 anos não entrava nenhuma noviça.

Irmã Pureza de María Lubián, de 70 anos, hoje abadessa do convento em Burgos, foi sua formadora, e a recorda como "uma menina encantadora. Muito nobre e muito boa. Tinha 18 anos e um futuro. Abandonou tudo. Seguiu a chamada de Deus. Tinha uma personalidade muito rica. Sempre foi líder. E, espiritualmente, com uma grande vocação. Teve lutas e dificuldades. Fez um grande esforço. Mas atuou a graça do Espírito. E ela deixou fazer-se".

O jornal espanhol “El Pais”, um dos mais favoráveis a atual campanha socialista contra a
Igreja Católica na Espanha, não pôde resistir de publicar uma extensa reportagem sobre a Irmã Verônica, quem segundo o jornal, "converteu-se no maior fenômeno da Igreja desde Teresa de Calcutá"; pois "fez daquele vetusto convento de Lerma uma atrativa bandeira para vocações femininas que conta com 135 monjas com carreira profissional e uma média de idade de 35 anos e uma centena mais em lista de espera. Já abriram uma sucursal na localidade de La Aguilera, a 40 quilômetros de Lerma, em um enorme monastério cedido por seus irmãos franciscanos."

"Um boom insuspeitado de vocações quando os jesuítas têm apenas 20 noviços em toda a Espanha; os franciscanos, cinco, e os ‘paúles’, dois. Em um momento em que se importam monjas da Índia, Quênia ou Paraguai para evitar o fechamento de conventos habitados por velhinhas, e que a maioria de nossos sacerdotes superam os 60 anos", diz a reportagem.

O convento, durante os fins de semana, converteu-se em um ponto de acolhida de centenas de peregrinos: famílias numerosas, jovens membros de movimentos eclesiásticos e grupos paroquiais chegam em ônibus para participar das
orações, as peças teatrais e as exortações a uma vida cristã plena.

Segundo “El Pais”, a maioria das religiosas jovens que se viram atraídas pela vocação da Irmã Verônica "teve namorado e emprego… Não são freirinhas de escassa teologia… foram educadas na Igreja de resistência de
João Paulo II. São militantes… São urbanas e com estudos. Nenhuma é imigrante. Há cinco irmãs da mesma família; 11 casais de irmãs de sangue e um de gêmeas. Abunda a classe média. E os títulos universitários. Esta comunidade oferece um completo catálogo de advogadas, economistas, físicas e químicas; engenheiras de estradas, industriais, agrícolas e aeronáuticas; arquitetas, médicas, farmacêuticas, biólogas e fisioterapeutas; bibliotecárias, filólogas, pedagogas e fotógrafas".

Uma das irmãs da comunidade entrevistada pelo jornal define sua clausura como "uma casa aberta aos que tocam a nossa porta. Queremos compartilhar nossa fé, dar a conhecer o que está acontecendo conosco. E se virem Jesus em nós, adiante. Espanha está tão pagã que é necessário que compartilhemos nossa fé, não que a vivamos a sós. É o momento de atuar".

O crescimento do convento da chegada de Irmã Verônica foi explosivo: em 1994, quando foi nomeada formadora de noviças com apenas 28 anos, ingressaram 27 irmãs. Em 2002 eram 72; em 2004, 92; em 2005, 105. E 134 a finais do passado mês de setembro. Todas vivendo em um convento do século XVI construído para albergar a 32 religiosas.

Mas as religiosas contam agora com um lugar onde seguir crescendo: os Franciscanos de Lerma emprestaram por 30 anos o monastério de La Aguilera, contíguo ao santuário e à tumba de São Pedro Regalado.

O monastério se encontra em um acelerado processo de construção para proporcionar um espaço moderno, funcional e bem iluminado, com energia obtida mediante painéis solares.

O novo convento conta com 100 celas de 10 metros quadrados, com cama, mesa e genuflexório; enquanto se constrói um locutório com capacidade para 400 pessoas, uma hospedaria, banheiros para os visitantes, e uma nova capela.
Pouco tempo atrás, o Pe. Raniero Cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia, dirigiu um retiro às 140 freiras clarissas de Lerma. A visita do Capuchinho italiano foi ocasião para uma emotiva reportagem emitida pela RAI (Rádio e Televisão Italiana) em hora de máxima audiência, na Itália.


http://www.acidigital.com/noticia.php?id=17459


Sem Agnaldo Bueno

Escritos de Santa Clara

Cartas:
A maior preciosidade, entre os escritos de Santa Clara, está em suas Cartas. Temos quatro, dirigidas a Santa Inês de Praga, entre os anos 1234 e 1253. Sabemos que essas comunicações devem ter sido mais numerosas, mas ainda não foram encontradas. Alguns autores acrescentam a essas cartas uma quinta, dirigida a Ermentrudes de Bruges, uma discípula alemã que tinha ido morar na Bélgica. Mas seu texto não é seguramente autêntico. Vamos apresentar, a partir desses escritos, alguns pontos fortes da espiritualidade clariana.


Primeira Carta - 1234


"Porque, embora pudésseis gozar, mais do que outros, das pompas e honras deste mundo, desposando legitimamente, com a maior glória, o ilustre imperador, como teria sido sido conveniente à vossaexcelência e à dele, rejeitastes tudo isso e preferistes a santíssima pobreza e as privações corporais, com toda a alma e com todo o afeto do coração, tomando um esposo da mais nobre estirpe, o Senhor Jesus Cristo, que guardará vossa vigindade sempre imaculada e intacta. Amando-o, sois casta; tocando-o, tornar-vos-eis mais limpa; acolhendo-o, sois virgem..."


Segunda Carta - 1236


"Em rápida corrida, com passos ligeiro e pé seguro, confiante e alegre avance pelo caminho da bem-aventurança. Não confie em ninguém, não consinta com nada que queira afastá-la desse propósito, que seja tropeço no caminho, para não cumprir seus votos ao Altíssimo na perfeição em que o Espírito do Senhor a chamou. Siga o conselho do nosso Frei Elias, ministro geral. Prefira-o aos conselhos dos outros e tenha-o como o mais precioso dom. Se alguém lhe disser outra coisa, ou sugerir algo diferente, que impeça a sua perfeição ou parecer contrário ao chamado de Deus, mesmo que mereça sua veneração, não siga o seu conselho. Abrace o Cristo pobre como uma virgem pobre."


Terceira Carta - 1238


"Ponha a mente no espelho da eternidade, coloque a alma no esplendor da glória. Ponha o coração na figura da substância divina. E transforme-se, inteira, pela contemplação, na imagem da Divindade. Desse modo também você vai experimentar o que sentem os amigos quando saboreiam a doçura escondida, que o próprio Deus reservou desde o início para os que o amam."


Quarta Carta - 1253


"Jesus é o esplendor da glória eterna, o brilho da luz perpétua e o espelho sem mancha. Olhe dentro desse espelho todos os dias, esposa de Jesus Cristo e espelhe Nele o seu rosto, para enfeitar-se toda, interior e exteriormente. Preste atenção no princípio do espelho: a pobreza daquele que foi posto no presépio! No meio do espelho considere a humildade, a bem-aventurada pobreza, as fadigas e as penas que suportou pela redenção do gênero humano. E no fim do espelho, contemple a caridade inefável com que quis padecer no lenho da cruz e nela morrer a morte mais vergonhosa."


Sem. Agnaldo Bueno

terça-feira, março 09, 2010


Santos Sacerdotes


São Luís de Montfort (1673 - 1716)

(Quarta-feira, 25 de Novembro de 2009)

Luís Maria Grignion nasceu no dia 31 de Janeiro de 1673 na cidadezinha de Montfort, então pertencente à antiga diocese de São Malo, hoje diocese de Rennes. Dos oito irmãos que teve, dois homens e seis mulheres, um deles se fez dominicano, e, dentre elas, três foram religiosas.

Até os doze anos, Luís Maria freqüentou a escola de Montfort.

Em 1685, o jovem partia para Rennes, onde ia principiar os estudos de latim no célebre colégio dos jesuítas. Devoto de Maria, distinguiu-se ali pela ciência e pela virtude. Reservado com os colegas, abria todo o coração aos pobres. E assim, aos catorze anos, era tido como o benfeitor dos indigentes e o anjo da guarda dos doentes.

No ano de 1693, partiu para Paris: uma jovem da nobreza, demoiselle de Montigny, conseguira-lhe a admissão no seminário de São Sulpício, de cuja pensão se incumbiu uma caridosíssima senhora. Data daquele ano de 93 o nome que o bem-aventurado passou a adotar: Luís Maria de Montfort.

Em Paris, Luís Maria apresentou-se, porque achou que a Deus seria agradável, como mendigo. Demoiselle de Montigny, estranhou. Onde o jovem de boa aparência? Que excentricidade era aquela? Quão diferente do moço que conhecera em Rennes!

De Montigny resolveu, então, enviá-lo para um estágio, à casa de La Barmondière, para que este o talhasse para o estado eclesiástico.

La Barmondière logo entreviu no jovem Luís Maria a alma de um santo. E como o moço se atirava sincera e ardorosamente à penitência, deixou-o à vontade. E Luís Maria, abarcou todas as práticas da comunidade. Em fins de 1693, adveio, em Paris, uma grande crise, de modo que a pensão que era reservada ao jovem estudante foi cortada. Luís, então, solicitou a permissão de ser irmão mendicante. E mendigou. À noite, por piedade, velava os defuntos da paróquia de São Sulpício.

Quando La Barmondière faleceu, Luís Maria entrou na comunidade de Boucher, doutor pela Sorbona, e ali contraiu grave moléstia. Levado a um hospital, submeteu-se a tratamento.

Durante a convalecença, leu as Cartas Espirituais do Padre Surin - aquela leitura o encheu de luz e de suavidade. A fama de grande santidade valeu-lhe a admissão no seminário menor de São Sulpício, onde recebeu ensinamentos perfeitamente ortodoxos, ao abrigo das jansenistas influências. Vendo na devoção a Maria o meio mais seguro de ir a Jesus, buscava os escritores que melhor haviam escrito sobre Nossa Senhora.

Durante cinco anos que esteve em São Sulpício, Luís Maria foi estudante aplicadíssimo, ao mesmo tempo que praticava a obediência, a mortificação e o recolhimento. Sob a conduta de Leschassier e de Bremier, que lhe queriam por a virtude à prova, de tudo se saiu magnificamente - mais doce, modesto e humilde - e engrandecido.

O comportamento do bem-aventurado acabou por enternecer os dois diretores, que lhe confiaram cargos importantes.

Em 1700, no dia 5 de Junho, foi ordenado Padre. E, consoante a piedosa prática da época, consagrou toda uma semana para a preparação da celebração da primeira missa.

O jovem sacerdote, depois de ter assistido à cerimônia de vestidura do hábito religioso de uma das irmãs, pregou, com sucesso, uma missão na paróquia rural de Grandchamp. Mais tarde, admitido no hospital de Poitiers, deu-se totalmente ao serviço dos pobres e dos doentes. Lançar-se-iam ali os primeiros fundamentos da congregação das Filhas da Obediência, inspirado por uma penitente, Maria Luísa Trichet, filha de um considerável magistrado.

Idéia estranha ou sublime inspiração do céu, Luís Maria, para formar o núcleo da congregação reuniu um certo número de pobres moças enfermas, mas grandemente animadas de espírito de humildade e de sacrifício. Tão bela ordem, fundar-se-ia no dia 2 de Fevereiro de 1703.

Organizador das Filhas da Obediência e fundador da Companhia de Maria, visava Luís de Montfort renovar o espírito cristão nas paróquias e propagar, particularmente, a devoção ao santo rosário.

Diz-se que a Virgem Santíssima conversava com o bem-aventurado consolando-o nas tribulações, exortando-o à luta, que os jansenistas o perseguiam sem cessar.

Luís Maria de Montfort sabedor do fim, preparou-se para a morte com importantes resoluções. Fez uma peregrinação a Nossa Senhora de Ardilliers. Passando por Fontevrault, onde a irmã muito amada professava, fez o sacrifício de não a procurar, mas lhe enviou uma saudação e a benção.

No dia 27 de Abril de 1716, ditou o testamento, dispondo da pobre bagagem de missionário em favor dos irmãos coadjutores e dos santuários da Virgem que foram restaurados devido aos seus cuidados.

Lutando uma última vez com Satanás, saiu vencedor do astucioso, trazendo no rosto o clarão da vitória alcançada. Falecido no dia 28 de Abril de 1716, as multidões foram venerar-lhe os restos. Quando, dezoito meses depois dos funerais, permitiu-se a exumação do corpo para que o transferissem a um mais honroso túmulo, muitos milagres tiveram lugar.

Leão XIII, em 1888, proclamou-o bem-aventurado.

(Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Violume VII, p, 332 à 335)

Sem. Agnaldo Bueno

segunda-feira, março 08, 2010

A Obediência

Carta aos sacerdotes sobre a obediência

Domingo, 29 de Novembro de 2009 / Pelo arcebispo Mauro Piacenza, secretário da Congregação vaticana para o Clero

Publicamos a carta que o arcebispo Mauro Piacenza, secretário da Congregação vaticana para o Clero, enviou aos presbíteros sobre a promessa de obediência que fizeram ao se ordenar sacerdotes.

“Prometes filial respeito e obediência a mim e aos meus sucessores?”

(Pontificale Romanum De Ordinatione Episcopi, presbyterorum et diaconorum,

editio typica altera, Typis Polyglottis Vaticanis 1990).

Caríssimos irmãos no sacerdócio

Ainda que não estejam vinculados pelo voto solene de obediência, os ordinandos fazem a promessa de “filial respeito e obediência” ao próprio Bispo e aos seus sucessores. Se, por um lado, é diferente o estatuto teológico entre um voto e uma promessa, idêntico é o compromisso moral definitivo e total, idêntica é a oferta da própria vontade à vontade de um Outro: à vontade Divina, eclesialmente mediada.

Num tempo como o nosso, fortemente marcado pelo relativismo e pelo de mocratismo, com vários autonomismos e libertarismos, parece ser sempre mais incompreensível uma tal promessa de obediência. Normalmente é concebida como uma diminutio da liberdade humana, como um perseverar em formas obsoletas, típicas de uma sociedade incapaz da autêntica emancipação.

Nós, que vivemos a obediência autêntica, bem sabemos que não é assim. A obediência na Igreja não é contrária à dignidade e ao respeito da pessoa e não deve ser concebida como uma subtração de responsabilidade ou como uma alienação.

O Ritual latino utiliza um adjetivo fundamental para a justa compreensão de tal promessa. Define a obediência somente depois de ter inserido o “respeito”, devidamente adjetivado com “filial”. Ora, o termo “filho” em todas as línguas é um nome relativo, que implica a relação entre o pai e o filho. Justamente neste contexto relacional deve ser compreendida a obediência que um dia prometemos. O pai, neste contexto, é chamado a ser realmente pai, e o filho, a reconhecer a própria filiação e a beleza da paternidade que lhe é doada. Tal como informa a lei natural, ninguém escolhe o próprio pai e, da mesma forma, ninguém escolhe os próprios filhos. Somos, portanto, todos chamados – pais e filhos – a ter uma visão sobrenatural, de grande misericórdia recíproca e de grande respeito. Trata-se de ter a capacidade de olhar ao outro tendo presente o Mistério bom que o gerou e que sempre, ultimamente, o constitui. O respeito é, em linha de máxima, simplesmente este: olhar a alguém tendo presente a um Outro!

Só em um contexto de “respeito filial” é que se torna possível uma autêntica obediência, que não será apenas formal, mera execução de ordens, mas apaixonada, completa, atenta e capaz de gerar frutos de conversão e de “vida nova” naquele que a vive.

A promessa é feita ao Bispo do tempo da Ordenação e aos seus “sucessores”, justamente porque a Igreja procura evitar os excessos personalistas. Coloca no centro a pessoa, mas não os subjetivismos que desvinculam da força e da beleza – histórica e teológica – da Instituição. Também na Instituição, que é de origem divina, habita o Espírito Santo. A instituição é, por sua própria natureza, carismática e, neste sentido, estar livremente ligada a ela, no tempo (sucessores) significa poder “permanecer na verdade”, permanecer n’Ele, presente e operante no seu corpo vivo que é a Igreja, na beleza da continuidade temporal, no passar dos séculos, que nos une indivisivelmente a Cristo e aos Apóstolos.

Peçamos à Ancilla Domini – que é a obediência por excelência, Aquela que também na fatiga exultou dizendo: “Eis-me aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” – a graça de uma obediência filial, plena, alegre e pronta; uma obediência que nos livre de todo protagonismo e que possa mostrar ao mundo que é realmente possível doar tudo a Cristo e ser plenamente realizados e autenticamente homens.

X Mauro Piacenza
Arcebispo tit. de Victoriana
Secretário

Sem. Agnaldo Bueno

domingo, março 07, 2010

FÉRIAS GENS E AMOR INFINITO - 2010.

TEMA: “UNUM COR ET ANIMA UMA.”










































































































































Sem. Agnaldo Bueno

Irmã Dulce, um Anjo que passou pela terra.


Irmã Dulce nasceu em Salvador, no dia 26 de maio de 1914. Seu nome de batismo é Maria Rita Lopes Pontes, filha de Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Quando criança rezava muito e pedia sinais a Santo Antônio se deveria seguir a vida religiosa.

Em 1927, Ela se manifesta, pela primeira vez, a vontade de entrar para o convento. Desde os treze anos ajudando mendigos, enfermos e desvalidos. Até que aos 18 anos seu pai aceitou a idéia de sua filha tornar-se freira.

Em 1932, recebe o diploma de professora, pela Escola Normal da Bahia. Um ano mais tarde ingressa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição das Mães de Deus, do Convento de São Cristóvão, em Sergipe.

Em 15 de agosto de 1934, faz os votos de profissão de fé religiosa. Em homenagem a sua mãe recebe o nome de Irmã Dulce. Após tornar-se freira, é enviada novamente a Salvador, para trabalhar como enfermeira voluntária no Sanatório Espanhol por 3 meses.

Irmã Dulce abrigava as pessoas doentes em casas arrombadas, ela também transformou o galinheiro de um convento num albergue para pobres.

A Associação Obras Sociais Irmã Dulce foi fundada em 26 de maio de 1959, e instalada em 15 de agosto de 1959, data em que a Irmã Dulce recebeu o estatuto de fundação, de caráter filantrópico, e elaborado pelo seu pai.

Em 1980, Irmã Dulce tem o seu primeiro encontro com o Papa João Paulo II. Fundou o Círculo Operário da Bahia, que além de escola de ofícios, proporcionava atividades culturais e recreativas. Quase não comia e não dormia. Os sacrifícios resultavam felicidade. Queria morrer junto aos pobres.

Faleceu em 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, depois de passar 16 meses internada. Desde então a sua obra passou a ser dirigida pela sua sobrinha, Maria Rita Lopes Pontes.


Sem. Agnaldo Bueno

quinta-feira, março 04, 2010








setembro 18, 2009 / Roberta Rizzo


Quem são são estes que trazem em suas mãos e em seus lábios o poder de transubstanciar o Pão e o Vinho no Corpo e Sangue de Cristo?

Quem são estes, que o próprio Deus obedece, ao ouvir as Sagradas Palavras pronunciadas pelos seus lábios?

Quem são estes portadores da bênção, que aquilo que ligam na terra ligam no Céu, e o que desligam na terra, desligam no Céu?

Quase nunca nos atentamos ou buscamos aprofundar o mistério desses Homens do Altar, consumidos de amor por Deus e pelas almas.

Antes de tudo são homens, que assim como nós foram chamados a vida e a santidade, que possui suas fraquezas e suas limitações de ser humano, capazes de fazer o bem, mas também de fazer o mal.

Deus os separou para conduzir o seu rebanho ao Céu, e para tal missão, derramou sobre eles graças sobrenaturais, que os fazem vencer muitas lutas, mas esse mesmo Deus não anulou a sua humanidade, pois é através desta, que eles constroem a sua santidade, na luta do dia-a-dia, e podem compreender o povo a eles confiados pois eles mesmos não estão isentos de dores e de erros.

Homens que ao sentirem que o Senhor os chamava a uma vocação específica, mesmo conscientes de suas limitações e misérias, disseram com generosidade o seu SIM, e a partir de sua resposta, Deus derramou abundantes graças sobre eles, para que levem em frente e com fidelidade o SIM dado.

Homens que se decidiram viver do sobrenatural, das coisas eternas, mesmo estando na terra. Que optaram por viver a radicalidade do 1° mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas”.

Homens que depois que foram tocados pelo sublime e grandioso amor de Deus, pode então exclamar como São Paulo, “ considero tudo como lixo, como perda”.

Homens comuns, que tem um coração a bater no peito, que sentem fome e sede, que sentem saudades, solidão, que choram, que riem, que se emocionam, que sentem dor, que ficam doentes, que vão ao médico, que também precisam de cuidados, que se dão, que aconselham, que trazem em si seus próprios desejos, aos quais precisam renunciar todos os dias para que a vontade de Deus se cumpra em suas vidas.

Homens que renunciaram a tudo e a todos por um bem maior, que é o próprio Deus, que foram selados pelo Céu, que trazem em si, em seus corações as Marcas do Eterno. Que pelo seu Sim, não se pertencem mais, mas pertencem a Deus, e na medida que o Coração de Deus os pede, pertencem a humanidade.

Nunca nos esqueçamos que eles são de Deus, são propriedade de Deus. Por isso, tomemos cuidado, pois quando nos aproximamos de um Sacerdote, precisamos lembrar disso, “eles são propriedades do Criador”, que seu Ministério pertence a nós, mas eles pertencem à Aquele que os chamou, e que este é ciumento: “Ai daqueles que tocam em um dos meus consagrados”!

Se é pecado cobiçar as coisas alheias, as coisas do próximo, imagine cobiçar aquilo que pertence a Deus?

Devemos zelar, cuidar dos Sacerdotes, porque sem eles morreremos de fome, pois eles trazem para nós o Pão da Vida Eterna, o perdão para os nossos pecados, e através de suas palavras que calam nossos corações, por serem as palavras do próprio Deus alívio as nossas dores.

O Sacerdote é mistério de amor, pequeno diante dos homens e grande aos olhos de Deus. E diante do mistério eu ajoelho e rezo!

Sem. Agnaldo Bueno

HOMILIA DO CARDEAL TARCISIO BERTONE,
SECRETÁRIO DE ESTADO DO SANTO PADRE

Romano Canavese (Piemonte)
Domingo, 19 de Julho de 2009

Estimados irmãos e irmãs

A hodierna celebração eucarística realiza-se num contexto muito singular. Com efeito, preparamo-nos para receber o Santo Padre Bento XVI, que nos concede a honra de visitar a nossa terra canavesana, e em particular esta nossa comunidade paroquial. É uma ocasião de alegria para todos; é uma bênção para a nossa paróquia e para a nossa cidade; ao mesmo tempo, é uma ocasião para manifestar a nossa fidelidade a Cristo e o nosso amor à Igreja, cujo Pastor supremo é o Papa. Portanto, nesta nossa celebração queremos orar em primeiro lugar pelo Papa e depois, guiados pela palavra de Deus, estender a nossa lembrança orante a todos os pastores, chamados a ser pais, guias e mestres do povo cristão.

A palavra de Deus na liturgia deste 16º domingo do tempo comum especialmente a primeira leitura, tirada do profeta Jeremias, e o Evangelho segundo São Marcos apresentam, com efeito, precisamente a figura do pastor. O profeta Jeremias dirige uma séria admoestação ao Senhor: "Ai dos pastores que deixam perecer e dispersam o rebanho da minha pastagem". No entanto, o Evangelho apresenta Jesus como o Pastor pronto para procurar as ovelhas tresmalhadas e para as reunir ao seu redor. Portanto, reflictamos sobre esta breve mas intensa página evangélica: Jesus chama à parte os discípulos para que permaneçam com Ele, e com Ele descansem. Alguns capítulos antes, o Evangelista narrou que Ele instituíra os Doze para O ajudar na sua tarefa de pastor. Com efeito, São Marcos escreve que os escolheu "para permanecer com Ele e para os enviar a pregar" (3, 14).

Para compreender qual é a verdadeira missão de cada pastor, é necessário fixar o olhar em Cristo e permanecer à escuta atenta da sua palavra e de cada um dos seus ensinamentos. Através dos Apóstolos e dos pastores de todas as épocas, Ele quer tornar-se presente e agir como o verdadeiro Pastor das nossas almas. Portanto, a opção de se dedicar ao ministério pastoral não é individual: ao contrário, é uma vocação específica e pessoal de Deus, que escolhe quem e como quer, e envia os "chamados" a cuidar do seu povo, da humanidade de todas as épocas, que muitas vezes parece composta precisamente de "ovelhas sem pastor". Jesus sente compaixão pela humanidade! O dom dos pastores à Igreja Papa, bispos e sacerdotes é por conseguinte um gesto de amor do Senhor, um gesto de misericórdia infinita.

Estamos no Ano sacerdotal, e então como deixar de dar graças a Deus pela presença dos seus ministros ao serviço da Igreja? O sacramento da ordem constitui como presbíteros homens frágeis e débeis, tornando-os no meio do povo "presença de Jesus Bom Pastor". O Senhor faz deles seus directos colaboradores, envia-os como servos do Evangelho e pede-lhes que sejam construtores de unidade e ministros de misericórdia. Em última análise, cada sacerdote é alter Christus, que deve cumprir a própria missão de salvação nos lugares e nos tempos em que se encontra a viver e a trabalhar. Caros irmãos e irmãs, o Ano sacerdotal é mais oportuno do que nunca para nos ajudar a redescobrir a dádiva do sacerdócio ministerial ao serviço do sacerdócio de todos os fiéis, como teve a oportunidade de ressaltar Bento XVI na sua catequese de há algumas semanas.

Para nós, sacerdotes, trata-se de um dom a redescobrir todos os dias; mas compreender o valor deste sacramento é também tarefa das famílias, para que permitam, aliás facilitem, a resposta dos seus filhos à chamada de Cristo, quando ela se manifesta. Consideremos um pouco a situação em que vivemos também aqui, na nossa terra. Há muita carência de sacerdotes, há necessidade de numerosos presbíteros, e sobretudo de santos sacerdotes. Por isso, temos que rezar a fim de que, como Dom Bosco gostava de dizer, as famílias compreendam que a vocação de um filho é "o maior dom para a família". Não é porventura verdade que algumas famílias, primeiro contrárias à vocação de um dos seus filhos, depois puderam experimentar a verdade destas palavras de Dom Bosco?

Oremos para que aumente o número de vocações ao sacerdócio, também nesta nossa comunidade diocesana, e ajudemos os jovens a ser corajosos e generosos ao responder à chamada do Senhor. De modo especial, rezemos por esta intenção durante o Ano sacerdotal, desejado pelo Papa para recordar o 150º aniversário da morte do Santo Cura d'Ars, modelo de pároco e padroeiro de todos os párocos do mundo. Além disso, a poucos quilómetros de Romano, em Vische Canavese, há um século viveu a venerável Madre Luísa Margherita Claret De La Touche, que escreveu páginas emocionantes sobre o mistério do sacerdócio católico, fundando uma família religiosa inteiramente dedicada à oração pelos sacerdotes. E a Diocese de Ivrea quis começar o Ano sacerdotal precisamente em Betania di Vische. Neste momento, queremos dar graças ao Senhor inclusive pelos presbíteros que Ele colocou no nosso caminho, que nos guiaram e educaram na fé: muitos deles nos ofereceram com o seu exemplo uma imagem viva do Bom Pastor. E de sacerdotes assim, sem dúvida cada um de nós tem algum para recordar.

Modelo de cada pastor eu recordava no início é sempre Jesus, que veio para procurar as ovelhas perdidas. Isto mostra que cada sacerdote deve alimentar um verdadeiro anseio pela salvação das almas, redimidas e reconciliadas pelo sangue de Cristo, como São Paulo nos recordou na carta aos Efésios, que há pouco ouvimos. O sacerdote deve ser apóstolo de unidade e de reconciliação na Igreja. E como hoje são necessárias a unidade e a reconciliação na Igreja e no mundo! Temos o dever de nos comprometermos na construção da unidade onde quer que nos encontremos, unidade na família, na paróquia, na Diocese, na Igreja e na sociedade. Temos que rezar para que a Igreja inteira, unida ao Papa, ofereça este testemunho de reconciliação e de unidade.

Voltando por alguns instantes à página evangélica, gostaria de reflectir sobre a "emoção" que Jesus sente diante das multidões, comparadas com ovelhas perdidas, desprovidas da guia do pastor. Como deixar de entrever aqui o amor do Senhor pela humanidade marcada por tantas dificuldades e sofrimentos? Imitando-O, o Bom Pastor, os pastores da Igreja têm o dever de nutrir os mesmos sentimentos de Cristo pela humanidade de hoje. A emoção de Cristo torna-se modelo do nosso próprio acolhimento. Em primeiro lugar, certamente é modelo dos sacerdotes, mas o convite a ser acolhedores é dirigido a todos os fiéis acolhimento de quem sofre e vive no abandono, acolhimento especialmente daqueles que são frágeis na fé e na sua existência cristã. Cada cristão deve cultivar em si mesmo o espírito do Bom Pastor, pronto para ser paciente, para ajudar quem está em dificuldade a readquirir confiança, a retomar o caminho. E por isso são indispensáveis o exemplo e o apoio válido dos pastores e dos outros companheiros de caminho espiritual.

Hoje no mundo existe uma pobreza material que aumenta; mas há inclusive uma miséria espiritual que corre o risco de destruir muitas existências. Jesus diz o Evangelho "pôs-se a ensinar-lhes muitas coisas", impelido por um amor profundo que vai além de todos os limites. Se o pão material é necessário, é-o ainda mais o pão espiritual da verdade e do amor de Deus.

Podemos ver aqui que o segredo de toda a autêntica evangelização é precisamente o amor de Cristo: um amor que se abre a todo o tipo de pobreza e abraça todos os homens, sem distinção de raça e cultura. As três encíclicas de Bento XVI ajudam-nos a ter hoje a justa e oportuna abertura às pobrezas do nosso tempo. Em particular, a recente encíclica Caritas in veritate ajuda-nos a compreender que as pobrezas económicas têm raízes profundas no egoísmo do coração do homem. Para as debelar, é indispensável um sério caminho de conversão ao amor de Cristo. O Papa repetiu no domingo passado no Angelus, que "o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento humano integral".

Tarefa da Igreja é, portanto, fazer com que Cristo e o seu Evangelho de salvação sejam conhecidos. Então, compreende-se como é importante anunciar a palavra de Deus com verdade e amor, e como é urgente a tarefa dos pastores de nutrir os fiéis com esta palavra de salvação, fazendo com que cada um se torne por sua vez mensageiro e testemunha da mesma no próprio ambiente de vida e de trabalho. Missão que cabe a todos. Um desafio que a todos interpela e pede aos leigos que construam a esperança e o futuro da Igreja e da humanidade.

Gostaria de acrescentar ainda brevemente algumas considerações, para melhor focalizar as condições que permitem a cada baptizado ser autêntico evangelizador. Em primeiro lugar, é necessário que participem na Eucaristia dominical para ouvir os ensinamentos do Senhor. E precisamente na participação na Eucaristia, a comunidade cristã deveria poder encontrar aquele espaço positivo, liberatório, para pôr em actividade toda a força criadora do espírito que se dirige a Deus em atitude de oração e de conversão. No conjunto dos dinamismos da convivência humana que se movem na cidade, no seu vórtice de ruídos, de negócios e de intrigas, o homem sente a necessidade de um oásis de paz em que o Senhor, no silêncio, possa falar ao seu coração: "Vinde à parte comigo Jesus convida e descansai um pouco".

A caridade fraterna, o amor familiar e o compromisso educativo adquirem força, se forem vividos no seio da comunidade dos fiéis. Por isso, hoje gostaria de frisar a importância da pausa dominical, em comunhão com o Senhor, para a recuperação constante das energias espirituais necessárias para superar as dificuldades da vida. Além disso, é mais importante do que nunca aprender a visitar Jesus. Deus, que não é um estranho, não exige muitas acrobacias para ser encontrado, pois está sempre presente no coração que dele se recorda, uma lembrança que é cultivada andando por vezes "à parte" com Jesus e descansando com Ele. Os nossos povoados são ricos de igrejas deveras bonitas, mas demasiadas vezes muito vazias, sem adoradores de Deus, sem amigos de Jesus. É preciso entrar em intimidade com o Mestre, olhá-lo face a face, falar-lhe de coração a coração.

Uma comunidade que vive assim poderá anunciar com vigor e alegria o Evangelho da esperança e do amor. Caros irmãos e irmãs, esta é a nossa missão, pois somos chamados como hoje recordam os textos bíblicos a ser anunciadores da palavra de Deus. Uma tarefa que é particularmente urgente para vós, queridos jovens, que deveis ser os evangelizadores dos vossos coetâneos. E, precisamente a este respeito, apraz-me concluir com as palavras que o Papa Bento XVI dirigiu aos milhares de jovens que lotavam as escadas e as ruas adjacentes ao estádio do Pacaembu em São Paulo, durante a visita ao Brasil, há dois anos. Recordo muito bem o entusiasmo daquele encontro comovedor: "Vós disse o Papa sois jovens da Igreja. Por isso eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam errantes por este mundo, como ovelhas sem pastor. Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se" (10 de Maio de 2007). Que assim seja, com a ajuda de Deus e a salvaguarda materna de Maria, Virgem da Assunção e Nossa Senhora da Estrela.

Sem. Agnaldo Bueno