O Sacerdote é um Dom de Cristo para a Comunidade
Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de Florianópolis
João Paulo II e os sacerdotes
Ao longo de seu pontificado (1978 – 2005), o Papa João Paulo II deu uma atenção especial aos sacerdotes. Anualmente, por ocasião da Quinta-feira Santa, publicava uma “Carta a todos os Sacerdotes da Igreja”. Para cada ano, escolhia um tema especial. Sua primeira carta, de 8 de abril de 1979, começava assim: “Nos inícios de meu novo ministério na Igreja, sinto profundamente a necessidade de me dirigir a vós, (...), sacerdotes, que sois meus irmãos em virtude do sacramento da Ordem”. O texto que segue é dessa Carta (n. 4).
Não se pode renunciar ao sacerdócio
“Nosso sacerdócio sacramental... é um «serviço» em relação à comunidade dos fiéis. Não se origina, porém, a partir dessa comunidade, como se fosse ela a «chamar», ou a «delegar». É dom, sem dúvida para a comunidade; mas provém de Cristo, da plenitude do seu sacerdócio. Tal plenitude tem a sua expressão no fato de Cristo, embora tornando a todos idôneos para oferecer o sacrifício espiritual, chamar e habilitar alguns para serem ministros do seu sacrifício sacramental, a Eucaristia, em cuja oblação concorrem todos os fiéis e no qual são inseridos os sacrifícios espirituais do Povo de Deus.
Conscientes dessa realidade, compreendemos de que modo nosso sacerdócio é «hierárquico», isto é, está ligado ao poder de formar e de reger o povo sacerdotal e é, precisamente por isso, «ministerial». Desempenhamos, pois, o múnus, mediante o qual o próprio Cristo «serve» incessantemente o Pai na obra da nossa salvação. Toda a nossa existência sacerdotal é e deve ser profundamente penetrada por esse serviço, se quisermos realizar, de maneira adequada, o sacrifício eucarístico in persona Christi [na pessoa de Cristo]. O sacerdócio exige particular integridade de vida e de serviço; tal integridade condiz muito bem com nossa identidade sacerdotal. Nela se exprimem a grandeza da nossa dignidade e a «disponibilidade» que lhe é própria: a prontidão humilde para aceitar os dons do Espírito Santo e distribuir aos outros os frutos do amor e da paz (...).
Uma vez que o sacerdócio nos é dado para servir constantemente os outros, como fazia o Senhor Jesus Cristo, não se pode renunciar a ele por causa das dificuldades que encontramos e dos sacrifícios que nos são exigidos. Tal como os apóstolos, também nós deixamos tudo para seguir Cristo. Por isso, devemos perseverar ao lado dele, mesmo nos momentos de cruz.”
Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de Florianópolis
João Paulo II e os sacerdotes
Ao longo de seu pontificado (1978 – 2005), o Papa João Paulo II deu uma atenção especial aos sacerdotes. Anualmente, por ocasião da Quinta-feira Santa, publicava uma “Carta a todos os Sacerdotes da Igreja”. Para cada ano, escolhia um tema especial. Sua primeira carta, de 8 de abril de 1979, começava assim: “Nos inícios de meu novo ministério na Igreja, sinto profundamente a necessidade de me dirigir a vós, (...), sacerdotes, que sois meus irmãos em virtude do sacramento da Ordem”. O texto que segue é dessa Carta (n. 4).
Não se pode renunciar ao sacerdócio
“Nosso sacerdócio sacramental... é um «serviço» em relação à comunidade dos fiéis. Não se origina, porém, a partir dessa comunidade, como se fosse ela a «chamar», ou a «delegar». É dom, sem dúvida para a comunidade; mas provém de Cristo, da plenitude do seu sacerdócio. Tal plenitude tem a sua expressão no fato de Cristo, embora tornando a todos idôneos para oferecer o sacrifício espiritual, chamar e habilitar alguns para serem ministros do seu sacrifício sacramental, a Eucaristia, em cuja oblação concorrem todos os fiéis e no qual são inseridos os sacrifícios espirituais do Povo de Deus.
Conscientes dessa realidade, compreendemos de que modo nosso sacerdócio é «hierárquico», isto é, está ligado ao poder de formar e de reger o povo sacerdotal e é, precisamente por isso, «ministerial». Desempenhamos, pois, o múnus, mediante o qual o próprio Cristo «serve» incessantemente o Pai na obra da nossa salvação. Toda a nossa existência sacerdotal é e deve ser profundamente penetrada por esse serviço, se quisermos realizar, de maneira adequada, o sacrifício eucarístico in persona Christi [na pessoa de Cristo]. O sacerdócio exige particular integridade de vida e de serviço; tal integridade condiz muito bem com nossa identidade sacerdotal. Nela se exprimem a grandeza da nossa dignidade e a «disponibilidade» que lhe é própria: a prontidão humilde para aceitar os dons do Espírito Santo e distribuir aos outros os frutos do amor e da paz (...).
Uma vez que o sacerdócio nos é dado para servir constantemente os outros, como fazia o Senhor Jesus Cristo, não se pode renunciar a ele por causa das dificuldades que encontramos e dos sacrifícios que nos são exigidos. Tal como os apóstolos, também nós deixamos tudo para seguir Cristo. Por isso, devemos perseverar ao lado dele, mesmo nos momentos de cruz.”
Sem. Agnaldo Bueno
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